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sábado, 30 de janeiro de 2010

COMO NÃO NEGAR A JESUS

Por Anatote Lopes




Leia-se: “mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 10:33) e o texto da vocação de Jeremias em Jr 1:1-12 e de Pedro nos evangelhos.
Existem na Bíblia, entre outros, dois profetas (profetas em sentido diferente), os quais eu desejo que sejam lembrados nesta noite: Jeremias e Timóteo.
Entre si eles têm as características de serem jovens e inexperientes.
Timóteo, no sentido que os pregadores são profetas, era profeta no século I d.C.; o jovem a quem Paulo escreve em I Timóteo 4:12:  “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.” 
Em II Timóteo 4:2 escreve: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.”
Existe conflito entre o que o verdadeiro profeta deve dizer para agradar e o que ele deve dizer em obediência a Deus. O que ele pode fazer pelo seu bem estar e o que ele deve fazer em obediência a Deus; mesmo que isso traga consequências.
O outro profeta que eu menciono foi Jeremias; em princípio um jovem com medo de falar... “Então, disse-lhe eu [Jeremias]: ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança.” (Jr 1:6).
Jeremias era filho do sacerdote Hilquias, a princípio renitente no chamado; viria a ser o segundo dos quatro grandes profetas do Antigo Testamento.
Jeremias viveu no século VII a.C., oriundo de uma família de sacerdotes da terra de Anatote (“Anatote” é uma palavra hebraica que significa: “resposta as orações” ou “orações respondidas”).
Trata-se da cidade de Benjamim, situada a nordeste de Jerusalém. Essa terra foi doada aos levitas e seus sacerdotes eram descendentes de Abiatar, da linhagem dos sacerdotes do antigo santuário de Siló. (I Sam. 2:27-35 e I Rs. 2:26-27).
O sacerdócio de Jeremias, porém, não era hereditário. O Senhor não o convidou para exercer o ministério como sacerdote, mas como profeta. Deus o predestinou, santificou-o e separou para o exercício de uma missão especial, antes mesmo de formá-lo no ventre de sua mãe.
No tempo predeterminado para que ele cumprisse a sua missão, não pode evitar. Não pode se esquivar por temer ou se acovardar. Mas, Todos os profetas temem e resistem à vocação do Senhor; falo da renitência, muito comum na vocação. Por fim, eles são levantados para cumprir o chamado divino.
Nós, também, temos um chamado ou sacerdócio, quer sejamos ordenados ou leigos, respondemos a ele positivamente ou negativamente. Agora, falo de todos os membros da Igreja de Cristo.
Refiro-me ao Sacerdócio Universal de Todos os Crentes. Em certo sentido todos os cristãos foram ordenados no dia do seu batismo.
Temos uma pergunta e não vamos fugir dela: Como alguém pode não negar Jesus?
Não negue a Jesus por meio de suas atitudes e palavras!
Vejamos quão grande é a gravidade de se negar a Jesus e a implicação no juízo divino; conforme o texto lido.
Vamos trabalhar com três formas de não se negar a Jesus, relacionando-as com a vocação e o sacerdócio de todos os crentes.
São no mínimo três formas de não se negar a Jesus:
1º Não temer às más línguas.
2º Não Cruzar os braços.
3º Não Cerrar os lábios.
Primeiro: Não temer às más Línguas.
Nosso texto principal diz: “mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus”.
O que pode nos levar a uma negação?
No caso de Jeremias o medo...
Podemos temer ao mortal comedor de feijão por causa de sua arrogância ou altivez?
Por causa do seu potencial de difamar os outros?
Deus, então, falou a Jeremias que não se subestimasse dizendo que era apenas uma criança, e acrescentou: “porque a todos a quem eu te enviar irás e tudo quanto eu te mandar, falarás e não tenhas medo porque eu estarei contigo para te livrar e colocarei as minhas palavras na tua boca”. (Jr 1:7-9).
É como se Deus dissesse: “As palavras que falares não serão palavras de menino, sem entendimento.”, mas, “serão as minhas palavras e por isso as falarás com autoridade”.
Jeremias temia o que os judeus diriam por maledicência. Criticá-lo-iam por causa da sua idade e inexperiência. Como se sua autoridade viesse de si mesmo e não de Deus quem o chamou e de sua Palavra, a qual o Senhor colocaria em sua boca.
Timóteo talvez temesse que a sua autoridade não fosse reconhecida quando tivesse que exortar, consolar e corrigir as pessoas ricas, mais velhas ou que pensavam ser alguma coisa; como se o fizesse pela sua própria autoridade e não da Palavra de Deus.
Ninguém se engane; o ministério profético é, pois, o ministério da Palavra de Deus.
A Palavra de Deus é a única que lida, estudada e explanada, sob a inspiração do Espírito Santo, pode conferir autoridade ao que fala, convencendo-nos do pecado, da justiça e do juízo.
Pedro negou a Cristo, no começo, porque ainda não estava preparado, mas, posteriormente, deu sua própria vida e morreu pela verdade do evangelho e por Jesus a quem havia negado.
O Pedro maduro recomenda em I Pedro 3:10: “ Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente”.
Vejamos como Pedro, ainda quando era um homem despreparado, negou a Jesus por medo: “E a criada, vendo-o, tornou a dizer aos circunstantes: Este é um deles. Mas ele outra vez o negou. E, pouco depois, os que ali estavam disseram a Pedro: Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és galileu. Ele, porém, começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais! E logo cantou o galo pela segunda vez. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes. E, caindo em si, desatou a chorar.” (Mc 14:69-72).
Use a língua para cumprir a missão. Em I Coríntios 14:12-20 somos exortados: “Não sejais meninos no entendimento”.
Temos aqui uma exortação que serve para todos.
Infelizmente aprendemos, mas, não com o Senhor, a maldizer de nossa igreja e dos nossos pastores. Perseguimos nossos pastores e expomos os pecados de nossos irmãos.
Pensamos que isso não ofende a Jesus Cristo, o Senhor da Igreja, o Noivo dela, e às vezes carregados de ira deixamos até de fazer do culto um momento de alegria e de celebração.
Não nos impressionemos ou nos escandalizemos com a aparência dos nossos pastores ou profetas, com suas deficiências ou habilidades, pelo quanto são humanos; quando pregam ou ministram e quando exortam e corrigem.
A questão é... Se, ensinam opiniões pessoais ou se pregam a Palavra de Deus... Igreja! Não ponha em dúvida a autoridade da doutrina contida nas palavras de Jesus e de seus apóstolos.
Os verdadeiros ministros e servos de Deus reafirmam as eternas verdades da Palavra de Deus.
Que o diabo não vos engane com maledicências e falatórios inúteis; mas, saibam a quem devem ouvir: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
Agora, pois, nós temos a oportunidade de não parar por medo das más línguas. Cada um de nós, usemos a nossa própria língua de forma correta. Demos glória a Deus!
Testemunhemos corajosamente e preguemos ousadamente; deixemos fora o medo e usemos a Palavra de Deus para os propósitos de Deus. Para evangelizar o Lago Azul e o mundo!
[Este sermão foi pregado na Igreja Presbiteriana do Lago Azul (2010), Novo Gama-GO e na Igreja Presbiteriana de Dracena (2011), Dracena-SP].
Essa é a nossa missão: Reunirmos para adoração. Mas, nós nos embaraçamos muitas vezes em nossas vaidades e contendas, disputando uns com os outros, em vez de trabalharmos juntos pelo crescimento da igreja.
A segunda forma de não negar a Cristo é:
Segundo: Não Cruzar os braços.
Quando Deus escolhe alguém para a sua missão, não olha as aparências. Sua escolha não é feita pela sabedoria, cultura, força, estatura, beleza ou qualquer outro atributo pessoal.
Deus não chama desocupado, porque não estuda e nem trabalham, etc... “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que ninguém se glorie diante d’Ele.” (I Co 1:27-29).
As pessoas que se acham alguma coisa são desprezadas por Deus e dão lugar as que são humildes.
Quando alguém pensa estar despreparado costuma fazer promessas, veja em Mateus 26:35: “Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.” 
Jesus disse que Pedro não estava pronto em Marcos 14:31: “Mas ele insistia com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. Assim disseram todos.”
Essas palavras foram ditas ante do cantar do galo.
Vejam que, o mais veemente nas promessas dentre os discípulos, era o mais despreparado naquele momento. Era Pedro aquele que estava mais longe de estar preparado quem o haveria de negar antes do cantar do galo.
Antes da fuga dos discípulos... Promessas... Muitas promessas... Mas, atitudes? Nenhuma, a não ser a fuga...
Não devemos negar a Cristo cruzando os braços, dando desculpas ou culpando os outros pelo trabalho que nos recusamos fazer.
Na verdade, os que se dizem chamados por Deus, mas, depois, desistem diante das dificuldades, estão negando o poder do Senhor para capacitar os chamados e suprir suas deficiências.
Alguns estão dizendo que: “Deus pode esperar”, “Deus pode ficar para depois”... Que “outras coisas são mais importantes agora” e com isso cruzam os braços e negam a Cristo... Fogem...
A terceira forma de não negar a Cristo é:
Terceiro: Não cerrar os lábios.
Em Jeremias, num dado momento ele afirma, “Então disse eu: Ah! Senhor! Eis que não sei falar, porque sou uma criança”.
De onde vem a sua autoridade?
Lucas 4.21-32 nos dá mais que uma pista: “E admiravam-se da sua doutrina porque havia autoridade nas suas palavras”.
No Oriente, desde os tempos mais remotos até aos dias atuais, as palavras dos anciãos são muito apreciadas e respeitadas; por julgarem que delas emanam a experiência e a sabedoria. Por isso mesmo, as pessoas de pouca idade costumam guardar reverente silêncio na presença dos mais idosos.
Jeremias não era uma exceção. Acostumado com a cultura judaica antiga, acrescendo-se lhe a timidez própria de adolescente; deve ter tremido de medo ao ouvir a voz do Senhor lhe dizendo: “Eu te escolhi antes que te formasse no ventre de tua mãe. E antes que nascesses te consagrei e te constituí profeta entre as nações.” (Jr 1:5).
O jovem profeta Jeremias, conhecedor de tantos homens maduros em Judá, de anciãos de renome, cujas palavras eram dignas de crédito, ficou surpreso e assustado com a sua escolha; por se tratar de um jovem.
Jeremias, no entanto, não escondendo o seu medo exclamou: “Ah! Senhor Deus!” E começou a se esquivar: “Ma... mas eu não sei falar. E-e-eu... eu não passo de uma criança!”
Em outras palavras, ele teria dito: “Senhor, por que você não escolhe um homem maduro ou um ancião? Quem vai acreditar nas palavras de um menino inexperiente e sem sabedoria como eu”?
Calar-se diante de Deus, reconhecer sua incapacidade e seus pecados para confessar e ouvir a sua Palavra é uma virtude. Mas, algumas formas de silêncio são abomináveis. Por exemplo: O silêncio dos covardes...
...O silêncio da omissão.
...O silêncio da indiferença.
...O silêncio do ódio. (chega...).
Nossa reflexão de hoje, concentra-se no modo como é exercido o ministério profético na igreja.
O profeta não tem tanta importância. Principalmente, quando ele é culto, experiente ou sábio; se fala de maneira elegante e agradável o que queremos ou gostamos de ouvir. O importante é a palavra profética que Deus coloca na boca de quem anuncia.
Uma palavra profética de boas novas de amor e perdão, mas, também, a Palavra que denuncia os nossos pecados praticados pública ou secretamente. O que nos chama ao arrependimento e à confissão.
Submetendo-nos à ação transformadora do Evangelho de Cristo.
Concluo retomando a exortação: Não negue a Jesus por meio de suas atitudes e palavras!
Nesta conclusão trago a Palavra de Deus em Atos 12.21-23: “Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; e o povo clamava: É voz de um deus, e não de homem! No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou.”
O Senhor também fala por meio da carta aos Hebreus 13:15: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.”
Existe, então, base bíblica para você não desistir da sua missão!
Diante de tudo: 
1º Não temer às más línguas.
2º Não Cruzar os braços.
3º Não Cerrar os lábios.
Somos desafiados, na convicção do que cremos como um reino de sacerdotes e nação santa a viver na unidade do corpo de Cristo; glorificando ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
           Admitamos que sejamos nada, mas devemos anunciar e viver o evangelho de amor e perdão; do contrario estaremos negando a Cristo com nossas atitudes e palavras. Oremos...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA ALIANÇA DA GRAÇA


O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA ALIANÇA DA GRAÇA

Por Anatote Lopes



(Este foi o sermão de exame pregado por mim diante do plenário do Presbitério do Planalto, como candidato ao sagrado ministério. No ano de 2008. Transcrição na integra.)
Saudei respeitosamente os Conciliares, anunciei ao plenário a leitura do texto bíblico e prossegui conforme segue:
“(23) Decorridos muitos dias, morreu o rei do Egito; os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. (24) Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. (25) E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição. (1) Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus, a Horebe. (2) Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. (3) Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima? (4) Vendo o SENHOR que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! (5) Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. (6) Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus. (7) Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; (8) por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu. (9) Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. (10) Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. (11) Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? (12) Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte. (13) Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? (14) Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. (15) Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração”.
Após ler a Bíblia no Texto que, se acha em Êxodo 2.23 a 3.14, olho para as igrejas dos nossos dias e pergunto: O que é ser profeta hoje?
O profeta, em princípio, aquele que fala a Palavra de Deus, é muitas vezes perseguido por aqueles que desejam silenciar a Palavra.
O profeta de hoje profetiza numa comunidade adaptada ao sistema do consumismo que tem pouca fé e pouca ação; dependente das emoções, que se volta para si mesma e glorifica a si mesma.
As pessoas pensam que podem comprar o que quiserem inclusive profetas, pagam pastores para fazerem o que elas querem e pregar o que elas gostam de ouvir.
Vivemos numa comunidade influenciada por teorias de mercado e pela corrupção.
30% do PIB do Brasil são consumidos pela corrupção e mais de 90% dos brasileiros considera normal, pratica e aceita alguma forma de desonestidade que vão ser alvos de campanha do Ministério Público.
Por exemplo: furar fila, ficar com o troco passado por engano pelo caixa, pedir emprestado e não devolver, e, procurar um amigo funcionário público para burlar uma lei e conseguir alguma vantagem.
Temos percebido que as pessoas são atraídas para falsos campos de visão e de comportamento e para sistemas idolátricos, seduzidas por linguagem e retórica às vezes espetacular e às vezes persuasiva.
O que se vive é a realidade da perda de identidade, abandono da fé Reformada, depreciação do passado e desprezo da esperança como algo ridículo.
As pessoas estão vivendo suas vidas não ditadas pela sua fé, e vivendo práticas e ministérios não autorizados pela fé.
Não desejamos amados irmãos, rejeitar ou ser hostil aos irmãos em Cristo que adotem orientações doutrinárias diferentes da nossa igreja, quer por meio de confissões e padrões formais ou em suas práticas de ministérios.
No entanto, rejeitamos os estereótipos vulgares, ou seja, aquilo que comumente tem sido compreendido por “profeta” pelo povo, a saber, os “profetas” serem considerados adivinhos ou contestadores sociais.
Ainda que rejeitemos os estereótipos vulgares não condenamos, ou encerramos à condição de falsos-profetas os adivinhos e os contestadores sociais.
Não temos autorização para juízo temerário, mas consideramos a existência de falsos profetas mediante a própria advertência de Cristo e a necessidade de cautela recomendada por nosso Senhor.
Temos como pressuposto para a nossa abordagem deste tema a posição confessional, sobretudo bíblica, “da Sagrada Escritura”, exposta na Confissão de Fé Westminster no Capítulo I seção I: A Santa Escritura é “totalmente indispensável, tendo cessado aquelas antigas formas de Deus revelar sua vontade a seu povo.” No Capítulo I seção VI que à Escritura Sagrada “nada se acrescentará, seja por novas revelações do Espírito, seja por tradições humanas”.
Assim cremos que a Bíblia é suficiente e rejeitamos novas revelações como sendo procedentes do Espírito.
Antes de irmos ao texto bíblico, convém identificar estes estereótipos vulgares de “profetas”, situando-os em dois grupos denominados: carismático e progressista.
No movimento carismático, presente em quase todas as igrejas, o profeta é entendido como um homem que tem um dom do Espírito Santo: de prever o futuro. Um reducionismo mecânico a ser evitado, porque mesmo no AT os profetas não eram homens que apenas previram o futuro.
Os profetas eram homens também preocupados com o futuro e cheios de esperança no futuro, mas, sem o medo e a incerteza do futuro que provocam os profetas carismáticos.
No movimento progressista, presente em muitas igrejas, a maioria igrejas históricas, o profeta é entendido como um agente político, um contestador e um denunciador de injustiças sociais.
O ministério do profeta padece de reducionismo onde ele é apenas um contestador social que, perdeu tanto o medo do futuro, quanto toda a esperança do futuro.
O profeta progressista contempla somente o presente e compreende o ministério profético simplesmente como uma crítica do presente; uma justa indignação contra as autoridades.
Sob o título “O Ministério Profético na Aliança da Graça” vamos pensar o ministério profético e, repensar um pouco sobre o que é ser profeta hoje ao estudarmos parte da história do profeta Moisés.
Isto é, vamos discorrer sobre o tema: O papel do profeta na Aliança da Graça a partir do relato do Êxodo da terra do Egito, do povo da aliança.
A minha proposição sobre o papel, ou a missão do profeta hoje como sempre foi: Ser profeta é uma missão doxológica.
O que significa doxologia? Do grego doxa=glória + logos=falar. Doxologia significa falar da glória de Deus, logo, glorificar a Deus.
O profeta na aliança da graça glorifica a Deus.
Qual tarefa do ministério profético não seria um reducionismo carismático ou progressista?
O que Deus requer do profeta na aliança da graça?
A Palavra de Deus nos da direção para o ministério profético na aliança da graça, parte desta direção:
1º O compromisso absoluto com a verdade de Deus.
2º A confiança total em Deus.
3º A glorificação somente de Deus.
Agora vamos atentos ao 1º aspecto desta direção.
Primeiramente: O compromisso absoluto com a verdade de Deus.
O relato da libertação começa com a morte do rei do Egito que procurava Moisés para matá-lo e um agravamento das condições do povo israelita na servidão (Êxodo 2:23).
Um novo Faraó marcava um novo tempo em que a vida dos israelitas no Egito dos faraós piorara muito. Os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus (Ainda no Êxodo 2:23).
O verbo za`aq “clamar” (que aparece em Êxodo 2:23b) é ambíguo no texto hebraico, pode significar um clamor de miséria acompanhado de autocompaixão, mas, também pode indicar uma queixa legal.
O clamor foi um lamento, o que não indica que o sofrimento fosse imerecido, mas, optando-se pelo segundo sentido, isso quer dizer que Israel expressa que está sendo injustiçado com uma expectativa de ser ouvido.
Neste momento Israel começa a se desligar do Egito, perder a sua expectativa de ser atendido dentro do sistema religioso idolatra e do sistema político corrupto do Egito. Isto é: o povo não reivindica mais nada a Faraó e não clama aos deuses do Egito.
Agora Israel clama ao seu Deus. A queixa é aflita e o sofrimento é amargo, mas, a mensagem profética tem que ser fiel em seu conteúdo como mensagem divina. Deus soberanamente preparou Moisés para o ministério profético.
Moisés foi criado na corte do Faraó como filho adotivo da filha do Faraó; foi educado para ser um nobre. Identifica-se com o povo de sua mãe biológica e empreende um esforço inútil em prol deste povo, consequentemente teve que fugir para não sofrer a pena por ter matado um cidadão egípcio em defesa de um israelita.
40 anos mais tarde, Moisés está com 80 anos de idade e apascenta tranquilamente o rebanho de seu sogro, chegando ao monte Horebe, Deus fala com ele no meio de uma sarça ardendo em chama de fogo, sem, contudo, consumir-se o arbusto.
Deus chama Moises para conduzir o seu povo para fora do Egito.
Moisés apresenta objeções como, por exemplo: a sua própria limitação para se comunicar e as dificuldades de persuadir o povo, ele sabe que com Deus não se brinca e que não é suficiente para a missão. Deus então o assegura da Sua presença e poder e Moisés segue comprometido em sua missão e com fidelidade ao conteúdo revelado.
Moisés torna-se um profeta capaz de romper e ordenar romper com a cultura pecadora do Egito. Não negociou e não se deixou domesticar numa cultura de pecado.
Moisés repetira a verdade de Deus ainda que parecesse loucura ou mentira aos ouvidos do Faraó (Êx. 5.1).
A libertação que Deus faz não visa apenas atender o clamor do povo pela amenização de sua dor. O sofrimento do povo no Egito era principalmente espiritual além de social e a primeira reação do Faraó foi aumentar ainda mais os sofrimentos do povo de Deus.
Logo, o verdadeiro profeta hoje tem compromisso com a Bíblia. A propósito da autoridade e do conteúdo da Palavra profética hoje: temos a Palavra escrita, a mensagem confirmada com sinais realizados por aqueles profetas inspirados.
Portanto o profeta hoje, aquele que fala a Palavra de Deus conforme a Santa Escritura credenciada pelos sinais relatados, tanto no Velho Testamento, quanto no Novo Testamento, não precisa de sinais, porque prega a mesma Palavra.
Se pregassem novas profecias necessitariam de sinais?
Segundo o apóstolo Paulo (em Gálatas 1:8 e 9): “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.”
Para que a Palavra profética revelada das Escrituras não seja anulada ou destruída, devemos rejeitar a ideia de profecia que não seja uma exposição bíblica do evangelho apostólico.
Recentemente a maior rede de televisão aberta exibiu em horário nobre a história fictícia de um homem, filho de uma mãe de santo, com poderes paranormais de vidência, mas, frequentador de igreja evangélica, e, por fim torna-se o pastor da igreja.
O enredo da ficção expressa que a igreja evangélica é semelhante ao terreiro de candomblé, associando o poder de seu pastor com a mediunidade herdada de seus antepassados africanos alistando a igreja evangélica num sistema religioso idolátrico, sincrético e místico.
Diante desta realidade dos nossos dias olhamos para a lição do êxodo narrado no texto do qual partimos. Ele é decisivo, não é só uma experiência, ou uma memória qualquer, mas é um desafio a uma nova realidade.
A nossa realidade deve provocar, também, uma resposta profética, isto é a pregação da Palavra “em tempo e fora de tempo.” O temor da perseguição do poder ou da cultura dominante não pode domesticar a nossa vocação.
Era isto que o faraó queria fazer ao povo de Deus no Egito; não deixar o povo ir, dominá-los e fazer de Deus, apenas mais um entre os muitos deuses do panteão (coletivo de deuses) egípcio.
Rejeitemos também uma doutrina que despreza a esperança futura dos eleitos para adotar uma retórica triunfalista e exploradora ou ideologias que desprezam a esperança dos eleitos como algo ridículo e da pouca importância à teologia, por considerá-la irrelevante para dirimir as questões sociais.
Isto é um claro abandono da fé bíblica, do conteúdo da mensagem de Deus, a legítima mensagem profética.
Só teremos segurança da fidelidade da mensagem do profeta hoje, se o conteúdo dela for bíblico, a fim de conduzir o povo a uma ruptura com a cultura idolatra dominante para glória de Deus.
Agora vamos seguir atentos para o 2º aspecto desta direção.
O segundo é: A Confiança total em Deus.
Deus ao chamar Moisés não deseja apenas amenizar o sofrimento do povo que geme e que sofre espiritualmente e socialmente na terra do Egito. Deus quer libertá-los da servidão e trazê-los para um relacionamento de “Aliança”.
Deus ouviu o seu gemido, e, “lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó” (Êx. 2:24). Israel é o seu povo eleito com quem Ele estabeleceu a sua aliança e o Egito não é povo de Deus e a terra do Egito não é a terra da promessa.
Deus então “desceu”, revelou-se, tirou-os do Egito e levou-os para o lugar onde vão servir a Deus.
Moisés como profeta é o portador da Palavra de Deus para despertar-lhes a consciência de que Deus está com eles para assegurar-lhes o bom êxito de uma ruptura radical e absoluta com a realidade espiritual e social do Egito.
A grande diferença entre Israel e o Egito e outros povos igualmente sofredores naquele tempo é que com Israel Deus fez aliança e isso muda a sua condição. ISRAEL NÃO É EGITO! ISRAEL É O POVO DA ALIANÇA!
Êxodo. 11 versículos 6 e 7 comprovam: “Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve, nem haverá jamais; porém contra nenhum dos filhos de Israel, desde os homens até aos animais, nem ainda um cão rosnará, para que saibais que o SENHOR fez distinção entre os egípcios e os israelitas”.
Observemos que esta “eleição” ou predestinação que muitos ministros do evangelho dizem que não é nem pregoável e nem apresentável pastoralmente, ocorre aqui numa narrativa, como uma notícia para aquela comunidade, e numa lembrança, a fim de que o profeta a apresente com toda audácia.
O compromisso com a verdade viabiliza a mensagem. É maravilhoso pertencer a uma “doutrina de eleição”. Deus “está conosco” como prometeu a Moisés “serei contigo” esta é a nossa segurança (Ex 3.12).
Deus encoraja Moisés para que sua mensagem encoraje Israel. Tanto o profeta quanto o povo de Israel não eram suficientes para realizar tão grande salvação, Moisés reconhece isso, mas, Deus o anima dizendo: “Eu serei contigo”.
A libertação que Deus realiza não tem fundamento nos méritos humanos. Isso atingiu o Faraó frontalmente. O Faraó era uma divindade no Egito e “o Deus de Israel, vem desafiá-lo”? “Deixa o meu povo sair para prestar-me culto fora daqui”?
O que o Faraó via era um povo escravizado durante anos sob o poder dos faraós tentando fugir do trabalho duro. Mas, esse era o plano de Deus para libertar Israel e o conteúdo de sua mensagem com o qual o profeta deveria estar comprometido era aos olhos do Faraó uma loucura.
O poder da religião imperial é confrontado. As Escrituras demonstram claramente um sistema religioso falso, mentiroso na corte do Faraó que, entra em conflito com a verdadeira religião de Deus.
Deus desmoraliza o sistema religioso egípcio: as pretensões dos deuses egípcios são anuladas pelo Senhor. Deus posteriormente mandando as dez pragas sob a terra do Egito esta mostrando que os deuses egípcios não têm poder e nem são deuses.
A autoridade imperial é confrontada pelo Deus verdadeiro que age como quer, impondo-lhes sua soberania, libertando o seu povo da servidão e fazendo o império com sua política de opressão e exploração desmoronar.
Deus arrasa a economia egípcia com as pragas, faz morrer os primogênitos da terra e o herdeiro real, destrói a monarquia, o exército, as armas e os carros do Egito.
Israel emerge para uma nova realidade social e política tão inexplicavelmente e radicalmente sem precedentes na história que, sua explicação só pode se dar teologicamente. Sua causa só pode estar em Deus.
As Escrituras afirmam que Deus “desceu” (v. 3.8). E disse a Moisés: “serei contigo” (v. 3.12). O profeta precisa ser confiante. Deus será com o profeta que se compromete com a verdade.
Isso é suficiente para a resposta de um viver confiante em Deus diante de oposições ao ministério da Palavra de Deus.
O que se pode dizer do profeta e esperar do ministério profético na Aliança da Graça é que ele tenha compromisso com Deus e nEle tenha confiança, se verdadeiramente é povo de Deus e profeta.
Deus requer do profeta reverência na sua presença e rompimento com o sistema idolátrico e opressor tipificado pelo Egito e glorifique somente a Deus.
Agora vamos seguir atentos para o 3º aspecto da direção.
Terceiro: A glorificação somente de Deus.
Deus orienta Moisés a se aproximar dele com reverência. A maravilha desperta a curiosidade de Moisés, mas, do meio da sarça Deus adverte: “tira as sandálias dos pés”, e, Ele santifica o lugar de Sua presença: “porque o lugar em que estás é terra santa” (Êxodo 3:5).  
O local da teofania, uma manifestação visível do poder divino é descrito como “monte de Deus” (3:1) apresentando a montanha como um santuário. Deus diz: “servireis a Deus neste monte.” (3:12).
Este monte também é o local que Deus fala com Moisés no Capítulo 19. Servir tem o significado de adorar. Deus prescreve onde e como quer ser adorado por seu povo.
Israel estava tão adaptado ao sistema religioso do Egito que, Moisés pergunta qual o nome de Deus, já que os deuses dos egípcios têm nome. Pelo que “Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.”(Êxodo 3:14).
Deus não deseja ser mais um nome, mais um no panteão egípcio, não tem a pretensão de ser adorado com outros deuses do Egito do faraó. Os filhos da aliança devem considerar a suficiência de seu Deus com toda confiança. Deus desceu para lançar os fundamentos de uma nova cultura em oposição à cultura politeísta dominante no Egito.
Deus não compartilha sua glória com outros seres celestiais ou terrestres, ou, mesmo com os seus profetas. Moisés é chamado para o seu ministério profético na formação de uma comunidade que adora, e, que adora somente a Deus. Uma comunidade comprometida com a verdade de Deus, que confia em Deus e glorifica somente a Ele, diferente da cultura dominante.
A missão do profeta é glorificadora, é doxológica.
O profeta prenuncia a obra de libertação do povo da aliança para gloria do nome do Senhor.
O profeta conclama e guia o povo de Deus, à adoração, o que se faz pelo restabelecimento da Palavra de Deus.
Deus se revela no passado e é glorificado em Abraão, Isaque e Jacó e se revela no futuro de geração em geração, sendo reverenciado e glorificado naqueles e por aqueles que temem ao Senhor e não se deixam domesticar.
Deus é glorificado no profeta e no povo da aliança que, tem um passado de adoração e um futuro de adoração, tem uma tradição Espiritual e um futuro espiritual que glorifica a Deus.
Agora. Já sabemos que a tarefa do profeta na aliança da graça é doxológica, é de glorificar a Deus em tudo o que faz.
No texto Deus requer reverência na sua presença gloriosa, mesmo quando não é evidenciada por meio de um fenômeno extraordinário, de uma epifania, sonhos, visões e outros antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo.
A curiosidade ou mesmo a admiração é inútil, pois é preciso compromisso com o conteúdo da mensagem de Deus, Ele requer confiança total, dos que o glorificam.
Onde tiver uma doutrina bíblica, pode ser gerada uma prática de ministério correta. Um sistema idolatra só pode gerar sistemas opressores e exploradores.
No Egito não poderia haver uma antecipação da novidade que Deus prometeu e que certamente concederá libertação da servidão do pecado e salvação eternos. Israel precisa sair do Egito. O Egito não é lugar para o povo de Deus.
Deus não morreu! Continua falando! Pela sua Palavra!
A Bíblia é a Palavra de Deus e nenhuma suposta visão ou profecia suplementará ou substituirá a revelação completa da Escritura; por isso recusamos não somente o Alcorão e outras escrituras pós-apostólicas como também, profecias e revelações apresentadas oralmente.
Ainda que a inspiração tenha cessado, continuará a iluminação do Espírito Santo atuante.
O Espírito Santo atua na interpretação e na exposição bíblicas que comunica as grandezas de Deus e as verdades da Escritura aos nossos corações e mentes. Assim o pregador cumpre a sua missão doxológica.
De tempos em tempos houve necessidade de uma volta a Palavra de Deus.
Os instrumentos utilizados por Deus, a exemplo de Moisés, Josias, os reformadores e os puritanos, para conduzir o povo de volta a Palavra de Deus e purificar a comunidade no campo da religião, da vida, da família, dos negócios e da política foram os profetas, e, nesse sentido o ministério profético continua.
O cântico de Moisés é uma doxologia.
Jamais a profecia pode ser separada da doxologia senão ela perde o sentido; transforma-se em ideologia e perde a força da fé. O que fizermos no nosso ministério que não for uma doxologia não é ministério profético, não é o ministério da Palavra de Deus.
Para concluir retomo a proposição: Ser profeta é uma missão doxológica.
Reafirmo que o papel do profeta na aliança da graça é glorificar a Deus.
Depois que dedicamos nossa atenção a estas três direções dadas pela Palavra de Deus: O compromisso absoluto com a verdade de Deus. A confiança total em Deus e a glorificação somente de Deus. Caminhamos para a seguinte conclusão:  –  Precisamos recuperar nosso passado em toda sua força e autenticidade. Foi o que Deus fez a Moisés, quando se revelou como “o Deus de vossos pais” e como o “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”.
Li certa vez no prefácio de um livro de história que, “Um povo sem passado também é um povo sem futuro”.
É urgente recuperar a tradição reformada. Retornar a tradição reformada que reafirma a unidade da aliança da graça como um princípio hermenêutico é retornar a Bíblia.
Infelizmente muitos abandonaram esta tradição por se sentirem espirituais ou inteligentes demais para ela os prenderem, e, cercaram-se de passado para não atenderem as exigências desta tradição.
Assim como Deus libertou aos israelitas da escravidão do Egito, nos libertou e nos inseriu numa única aliança, e nos fez herdeiros das mesmas promessas que fez a Abraão (Romanos 4:16-25).
Deus fez Israel entrar na terra prometida, assim virá trazendo grande salvação para os filhos da aliança e juízo de repentina destruição sobre os filhos do pecado.
Em Êx 11.6 e 12.30 é o Egito que clama a morte de seus filhos, por fim num brado arrasado e sem auxílio e esperança o Egito sofre o juízo divino. Enquanto Deus faz com que seus eleitos abandonem o Egito que, tipifica o pecado e vivam abundantemente em Cristo o mediador da aliança no Novo testamento.
O que faremos melhor se não deixarmos o medo de viver em três tempos: passado, presente e futuro?
Não basta uma perspectiva otimista do futuro para refutar os prognósticos de aquecimento global e fim do mundo; não basta cessar o sofrimento do presente é necessário aprender o que Deus realizou por nós no passado, na experiência dos hebreus e na Cruz do Calvário.
Assumamos um compromisso com a Palavra de Deus. Permaneçamos no caminho e na direção bíblica para o ministério profético, recuperemos a nossa tradição de fé. Deus é o Deus da Bíblia, o mesmo Deus de Abraão Isaque e Jacó, é o mesmo Deus de geração em geração!
A tradição que me refiro é bíblica, cristã, apostólica e reformada. É o próprio conteúdo da fé legitimamente bíblica, preservado de geração em geração.
Deus relembra a Moisés sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó. Isso é o que fazemos quando relembramos a nossa fé genuinamente bíblica.
A fé dos patriarcas, dos profetas, de Cristo, dos apóstolos, dos reformadores, dos puritanos e dos reformados e é a mesma fé que professamos e que subscrevemos.
Viva de maneira diferente daquele que não conhece a fé tradicional ou dela se afastou.
Como filho da aliança venha para um relacionamento de aliança com seu Deus. Comprometa-se com a verdade de Deus absolutamente, confie em Deus totalmente, glorifique a Deus somente.

Voltemo-nos ao Senhor arrependidos. Vivamos com Deus um relacionamento de aliança como comunidade de adoração. Somente a Deus seja a Glória. Amém.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

IGREJA MISTERIOSA



IGREJA MISTERIOSA

Por Anatote Lopes



Igreja.

Mistério...

Onde pedros pescadores se tornam pedros apóstolos.

Onde anas, marias e martas se tornam profetizas apostólicas.

Onde encarcerados se tornam libertos e meretrizes senhoras.

O pescador não gostava de ir à igreja.

Mamãe dizia: A Igreja dele é o Bar do Tônho!

Muitos se embriagam nos bares dos tônhos e nas igrejas.

Igreja.

Mistério.

Noiva perfeita que se atavia.

Igreja imperfeita.

Se fosse perfeita aos atavios dispensaria.

Se fosse bela nua das vestes brancas não precisaria.

Igreja.

Mistério.

Sublimação de complexos.

Exacerbação de preconceitos.

A Igreja de Cristo se faz maravilhosa, mas, tirando Cristo, nada sobra.

Injustiças medievais vestem as fardas da modernidade.

E o cheiro exala...

Sangue, suor e lagrima, forma a lama que escorre das catedrais.

Papistas se gabam de relíquias e novidades exaltam novos papas.

Bizarrices de profetas medíocres.

Elucubrações de doutores incompreensíveis.

Igreja Una multipartida.

Unidade misteriosa.

Igreja misteriosa.

Igreja dos pobres e dos pretos, dos ricos e dos brancos.

Igreja dos orgulhos.

Do orgulho de ser...

De ser católico e de ser evangélico...

Do orgulho etnocêntrico, do orgulho intelectual e do orgulho gay.

Catolicismos romanos, gregos e anglos, popular e tradicionalista.

Do vernáculo e do latim.

Do alemão, do inglês e do francês...

A Igreja ao gosto do freguês.

Disputam o poder nos campos...

...onde pastam distraídos os intelectuais.

Clérigos simulam crer nas zonas solenes das catedrais.

Fiéis a agonizar, cômicos a sofrer nos quentes infernos das gerais.

Sucumbem à corrupção e na religião se danam...

Acatam o golpe do ladrão e às danações se entregam.

Ardem-se; acomodam-se; Calam-se...

Desuniversalizam-se os católicos.

E se calam.

...cala-se o protesto dos protestantes...

Não há quem seja pela voz fraca.

Não há quem proteste a favor dos oprimidos.

Há remanescentes da fé sincera?

Há quem cumpra o mandamento do amor?

Há um remanescente que seja achado fiel?

O que ainda se espera?

Voz profética!

Apocalíptica esperança!...