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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

PONTO DE PARTIDA PARA REFLEXÃO ANTES DE VOTAR: CRISTO E A IGREJA

Se olharmos para a genealogia de Jesus o que veremos são profetas, sacerdotes e reis. Ora, na verdade, o poder temporal no antigo Israel era exercido ou servido pelos sacerdotes e pelos profetas, com tensão, não resta dúvida, entre a classe sacerdotal e a profética ou os profetas, e, como historicamente se verifica, o cargo de sumo sacerdote é disputado por causa do poder temporal que nele está contido.

Quando Israel abandona a Deus por causa da corrupção dos sacerdotes e do seu povo, Ele pune a nação, a entrega nas mãos dos sacerdotes e reis pagãos para sofrerem humilhação, provação e tentação à adoração de falsos deuses, para punição principalmente da corrupção e da idolatria; uma vez resistidos os poderes temporais e espirituais pagãos Deus os reconcilia consigo, restaurando o reino e a adoração. O palácio e o santuário.

Neste contexto os profetas chamam ao arrependimento e anunciam o juízo, até que corra justiça, e, anunciam um novo tempo de restauração e de esperança no messias vindouro, o qual é historicamente esperado que, seja político, e tipologicamente e espiritualmente apontam para o Cristo e seu Reino.

Não seria a restauração política messiânica uma figura do reino vindouro de Cristo, e Davi um tipo de Cristo? Como o matrimônio usado como uma figura de Cristo e a Igreja? Não devem ser então vistos como imorais, no entanto, aqueles que servem na política e os que se casam. Mas devem viver com dignidade e honradez a sua vocação.

Logo, o exercício da política e o matrimonio devem ser vividos com honra para a glória de Deus Pai. Não sendo errado se casar ou governar, mas sim, é errado se corromper e macular o ministério... Ora, no Antigo Testamento os príncipes e governantes são chamados de “pastores de Israel”, da nação, como os sacerdotes, funções políticas e espirituais, e, também na vida conjugal, devemos buscar a glória a Deus.

Hoje nós vivemos este dilema: escolher nossos “pastores” governantes, em tempo de corrupção moral do relacionamento conjugal e de corrupção da classe política, por causa desses princípios, bíblicos históricos devemos rejeitar àqueles corruptos, ateus e inimigos do matrimônio bíblico, os quais não glorificam a Deus, não expressam reverência a Ele e a dignidade destes elementos tipológicos de Cristo e a Igreja e Cristo e de seu Reino.

Pense nisso...

Rev. Anatote Lopes

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

IGREJA NÃO INSTITUCIONALIZADA: UMA NOVA MODALIDADE DE IGREJA

Em primeiro lugar venho lamentar a minha ignorância quanto ao pensamento destes autores (Frank Viola, Neil Cole, Wolfgang Simson e outros), acho que eu tenho perdido muito tempo lendo os escritores da tradição reformada e outros intérpretes da Escritura que reivindicam certa herança da tradição reformada, e, tenho perdido algumas novidades. Eu deveria estar mais aberto para as novidades...

Agora, por um minuto insano, senti até um acanhamento de admirar a soberania de Deus em sua condução da Igreja e em preservá-la, utilizando-se desses meios, tão escusos para algumas pessoas, tais como a institucionalização, templos, liturgias, vestes litúrgicas, ministério ordenado e outras tradições.

Sempre entendi essas tradições como fruto do labor teológico, afinal donde vem a instituição judaica de um conselho de anciãos, senão das Escrituras do Antigo Testamento, e a recomendação apostólica para se continuar a eleger presbíteros em todas as igrejas? E que espírito dirigiu os santos apóstolos a instituírem o diaconato para atenderem a causa das viúvas e suprirem as igrejas deste ministério? Por que as Palavras da Instituição da Ceia do Senhor constam dos Evangelhos e são recebidas por divina revelação por Paulo para entregar aos coríntios, afim de por em ordem a liturgia daquela comunidade? Qual é o problema destas coisas? Representam algum problema real? Ou será que os rejeitados pela noiva querem se organizar paralelamente para depois, voltando-se contra ela dilacerá-la?

Tenho alguns amigos crentes que são sem igreja, e são adeptos da maconha, da libertinagem, quando na igreja já manifestavam que não respeitavam autoridades constituídas, julgavam-se acima dos outros e conectados diretamente com o céu, dizendo-se ministros de louvor ou levitas; mas depois de algum tempo foram excluídos de igrejas, estes “sem igreja” encontraram uma forma de racionalizar este problema.

Eu sempre pensei e ainda penso que a Igreja institucionalizada se reúne nos lares e se faz “Igreja nos Lares”, visita os encarcerados e os enfermos e se faz Igreja no Cárcere e Igreja no Hospital, e onde está a igreja esta a Igreja Institucionalizada por Cristo quando concedeu dons diferenciados e soberanamente a constituiu e a preservou, tanto que, nós não conhecemos e não sabemos como seria a igreja que não existe... Mas, se a Igreja tiver que se desinstitucionalizar para continuar a existir, o seu Fundador e Preservador da Igreja irá permitir.

Agora atribuir a qualquer cristão reformado a posição como a que “Fora da ‘Santa Madre Igreja’ não há Igreja…” É no mínimo um escárnio muito forte. Eu gosto muito de ver a igreja sair “das capelas e adorar ao Senhor na simplicidade das casas.” Mas há muito tempo se tem visto que muitos eram “denominacionais”, viviam de denominação em denominação até se desviarem mesmo, outros serem disciplinados, endurecerem-se em seus corações em face da disciplina e se rebelarem. Antes tinham problemas de relacionamento com todos, inclusive com a liderança por causa de insubmissão, desrespeito e problemas morais; por ultimo foram para a igreja dos “desigrejados”, as quais são desorganizadas, isto é sem ordem ou disciplina, o que agrada pessoas que se assustam por serem promiscuas e melindrosa com as igrejas das três marcas: Pregação Fiel da Palavra de Deus, Administração Apropriada dos Sacramentos e Aplicação da Disciplina para promoção da pureza.

Mas é claro que igreja não é o “templo”, CNPJ, placa, liturgia, ou o pastor ordenado, tais elementos servem a comunidade e existem para o bem dela e não são um fim em si mesmas, portanto, Igreja é comunidade que se reúne de casa em casa ou num edifício. E daí?

Esses elementos não são vitais, são a expressão vital da igreja, suas riquezas com a riqueza moral e doutrinal, ausente nas “não igrejas” dos “sem igrejas”, mas presente na comunidade dos discípulos que está oficialmente reconhecida como Igreja.

Mas, surpreendentemente eu vejo isso nas Escrituras!

As primeiras gerações de cristãos que compuseram a Igreja Primitiva, não eram simplesmente “um grupo de pessoas regeneradas em Cristo que amavam a Deus e se serviam mutuamente e, em seu Nome, se reuniam de casa em casa para partir o pão, orar e ler as Escrituras”. Era uma comunidade governada pelo colegiado apostólico, presbíteros e diáconos. Isso se comprova em Atos e nas cartas apostólicas. Devemos tomar cuidado, não com as descrições simplista de Igreja, mas com as descrições tendenciosas. Mas vamos olhar para a igreja que tinha uma estrutura oculta e nas catacumbas e depois emergiu, aparecendo os primeiros templos no III século.

No entanto, não há problema se a igreja é nos lares, mas que não se apartem da Verdade de Deus e da sua Igreja universal. Não se ensoberbeçam com a ideia, a qual toda seita tem, de serem resgatadores do cristianismo à moda da Igreja Primitiva, a verdadeira Ekklesia! Isso é arrogância sectária!

Nenhuma igreja histórica coloca a organização acima do Reino e ignora a universalidade e diversidade da Igreja de Cristo desde o tempo das igrejas dos apóstolos, isso significa que não é só uma, a minha denominação, a detentora da Verdade a qual eu escolhi para congregar. Nem a mais antiga e nem a que surgiu agora resgatando os costumes dos primórdios, mas todos quantos o Senhor Deus chamar.

O espírito do pós-modernismo não consegue ver Deus na instituição, no ritual e na autoridade. Mas o individualismo e anti-institucionalismo do pós modernismo tem gerado ególatras, o Deus destas pessoas são elas mesmas, elas são mestres de si mesma, não ouvem nem a Palavra de Deus, nem os conselhos dos pais, nem respeitam as autoridades.

Se existem problemas nas igrejas institucionalizadas, não é o melhor desistir delas. A Igreja não foge de problemas, ninguém deve evitar problemas, mas encarar.

A geração pós moderna é a geração do superficialismo, do individualismo, do anti-institucionalismo, do anonimato, do religiosismo fingido, do informalismo, do improviso e da carnalidade, e a religião que ela vai gerar será uma aberração.

Vácuos precisam de conteúdo para serem preenchidos, essa geração não tem conteúdo para preencher suas lacunas. Não existe nenhum intelectual com menos de quarenta anos, essa moçada está toda contaminada pelo lixo cultural do pós modernismo e tem urticária em face de tudo que é teologia, história e tradição, para eles até a Bíblia é um embolorado fóssil de histórias antigas e ultrapassado.

O espírito religioso não se manifesta apenas no amor denominacional, mas também no hedonismo, no desejo de sentir-se bem no coração ouvindo um discurso que ameniza a dor, a culpa e a ansiedade, mas não exorta, não corrige e não tem conteúdo e esperança, e trás uma razoável sublimação da expectação do juízo divino. Não é a toa que essa proposta surge depois dos anos áureos das igrejas pentecostais e neo pentecostais, que também representaram em seus primórdios um protesto contra o ritualismo e institucionalismo das igrejas históricas onde não havia espaço para os excluídos, com a vantagem de que o arminianismo é menos pernicioso que o liberalismo, não para a alma, mas para a moralidade.

Realmente a história sempre se repete, e dos excluídos surge uma nova igreja. Toda novidade em termos de cristianismo reivindica nos primórdios as sua bases, toda seita advoga para si, ser a imagem e semelhança da Igreja Primitiva, aos seus opositores da “situação” atribuem os mesmos vícios dos religiosos dos tempos de Cristo, a alcunha de fariseus e hipócritas. Logo, não devem ficar magoados se eu pensar (penso e falo), também, este movimento congrega hipócritas os quais preferem ocultar a promiscuidade na informalidade, do que serem enquadrados nos padrões de moralidade, por isso preferem ocultar a incompetência e a preguiça mental numa eclesiologia e num sistema doutrinal simples, onde impere o improviso e a superficialidade do que, terem que ler e refletir e aprender a interpretar as Escrituras, pensar teologicamente com as ferramentas da hermenêutica e pregar expositivamente, preferem arrogar uma volta ao passado da igreja do primeiro século e nem conhecem a história desta igreja. Qualquer membro destas "não igrejas", seria expulso, ou nem resistiria aos três anos de estudos para ser batizado, nem resistiria os jejuns e as vigílias longas que estes irmãos faziam para serem batizados nestas comunidades primitivas.

Se conhecessem a história da igreja que eles tomam como referência, saberiam que em nada se parecem com ela, e, que com todas as transformações, e muitas delas muito negativas, sofridas nas igrejas históricas institucionalizadas, algumas igrejas institucionalizadas ainda se parecem mais com a igreja bíblica, cristã e apostólica.

Anatote Lopes, IPB, 2010


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

PERDOAR OS OUTROS

Mateus 6.9-15: Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém! Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

O texto de Mateus 6.12 diz: e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;

Este texto fala sobre perdoar os outros, é uma verdade bíblica que só Deus pode perdoar quando pecamos contra ele; também é verdade da Bíblia que temos a responsabilidade de perdoar outras pessoas. Uma poesia de Alexander Pope diz;

“Ensina-me a sentir a tristeza de um outro,
A esconder a falta que vejo assim;
Que eu mostre a compaixão a outros
Que outros possam demonstrar a mim.”

A resposta a Pergunta número 105 do Breve Catecismo de Westminster que é a seguinte: “Pelo que oramos na quinta petição?” se encontra no texto que acabamos de ler, a qual é: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;”.

Seria possível a qualquer homem perdoar pecado ou o homem ser digno de ter seu pecado perdoado?

Qual é à base do nosso perdão?
Como saber que os nossos pecados foram perdoados?

Na quinta petição da oração do Pai Nosso pedimos que Deus, por amor de Cristo, nos perdoe gratuitamente os nossos pecados, o que somos animados a pedir, porque, pela sua graça, nós somos habilitados a perdoar de coração ao próximo.

O perdão é um sinal! Um sinal da graça. A capacidade de perdoar é um sinal de que somos habilitados pela graça em nós. Se formos habilitados pela graça a perdoar sinalizamos que somos ricos da graça de Deus e que temos recebido o perdão de nossos pecados.

Três graças são reveladas pela prática do perdão:

1ª Graça: Que nossas necessidades serão supridas.

2ª Graça: Que temos recebido o perdão de Deus.

3ª Graça: Que fomos habilitados pela graça a perdoar os outros.

A 1ª graças reveladas pela prática do perdão:

– Que nossas necessidades serão supridas.

A base para isso se encontra na palavra “e” no texto que nós lemos em Mateus 6;12 o versículo começa com a Palavra “e”, e esse “e” é muito significativo. Esse “e” que aparece na petição e liga esta petição a petição anterior: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas,”... Essa partícula: “e” que se repete na Oração Dominical, demonstra que esta oração é uma unidade, no versículo 14 e 15 é apresentada a síntese daquilo que nós aprendemos, vivemos e recebemos do céu quando nós oramos a oração que o nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou: “ o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas,”.

Devemos reconhecer que nossas necessidades serão supridas, e, só serão supridas se formos fiéis para fazer algo com respeito à confissão de nossos pecados. Isto é, perdoar é reaver a comunhão; se somos perdoados por Deus nós temos comunhão com Deus, então é possível que o Senhor Deus abra as janelas do céu para nós, se somos perdoados também somos ouvidos quanto as nossas necessidades e supridos.

Quando há comunhão entre nós e Deus. Essa graça revelada na pratica do perdão de Deus aqui, diz que nossas necessidades serão supridas porque o muro que a falta do perdão constrói, a parede é derrubado pelo perdão. Porque a falta do perdão a edificou, então quando somos perdoados por Deus entramos em comunhão com ele e temos as nossas necessidades supridas nele.

A 2ª graças reveladas pela prática do perdão:

– Que temos recebido o perdão de Deus.

Por que a palavra “dívidas” e não “pecados” aparecem aqui nesta oração, tem-se substituído também pela palavra “ofensas”, mas aqui não há diferença alguma entre essas palavras; essas palavras podem ter sentidos diferentes usadas separadamente, mas no contexto desta oração essa palavra não tem diferença nenhuma, e fala de nossos pecados, fala do pecado original, fala dos pecados de comissão e fala de pecados de omissão.

O que é isso?

Ora, o pecado original é o pecado que todos nós herdamos, por que em pecado fomos concebidos e nascemos no estado de pecado, isso nos faz pecadores, e, em virtude desta corrupção original nós também pecamos, e pecados por comissão: isso significa que nós pecamos prontamente. Nós pecamos os nossos próprios. E os pecados por omissão, isso significa que nós pecamos quando deliberadamente, voluntariamente, porque queremos, deixamos de fazer aquilo que é certo. Omitimos-nos, podendo fazer o bem não fazemos, este é o pecado por omissão!

A Palavra de Deus nos assegura que temos recebido o perdão.

Vamos ler o Salmo 130.3-4: “Se observares, SENHOR, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.” Temos base nas promessas bíblicas; em Miquéias 7.18-19. “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.”

Este é o Senhor nosso Deus que nos dá a sua graça. E, a prática do perdão, manifesta que temos recebido o perdão dos nossos pecados

Vamos pensar na 3ª graça revelada pela prática do perdão.

A prática do perdão revela:

– Que fomos habilitados pela graça a perdor os outros.

Isso significa que fomos habilitados a perdoar. Isso significa perdoar pela graça. Significa que conhecemos a graça; e a graça de Deus em nós transbordará! Quando a conhecermos.

Qualquer homem não poderia perdoar os pecados cometidos contra Deus. É isso que diz Marcos 2.7 (Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?), também não há mérito próprio em homem nenhum, para que receba o perdão de seus pecados da parte de Deus. Mas é possível que nós pecadores sejamos perdoados à medida que se evidencia a graça recebida do perdão dos nossos próprios pecados, é a habilidade que temos para perdoar os pecados dos outros.

Há base para o nosso perdão em face dos pecados dos outros nessa petição. A base é que pela graça de Deus seremos habilitados a perdoar os outros e, portanto nós seremos perdoados. É a promessa. Somos animados a pedir perdão e suprimento de nossas necessidades e a atenção de Deus, destruindo o muro, a parede que nos separa de Deus, porque pela sua graça somos habilitados a perdoar de coração o nosso próximo.

Conclusão. A capacidade que mostramos de perdoar os outros é a prova de que Deus está nos perdoando.

Não estou dizendo o que você e eu poderia fazer! Não estou dizendo nada que as Escritura não tenha dito; é o evangelho de Cristo que diz! Isto é Cristianismo! Eu não inventei. E ali, bem no centro do Evangelho, ali bem no meio daquilo que se chama Evangelho, ou que seja chamado de Cristianismo: está o ‘perdão’. Extraindo-se o perdão se extrai o Evangelho, extrai-se o Cristianismo: “Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós temos perdoamos aos nossos devedores.”

Somos bem lembrados que o temperamento não perdoador constitui o pecado do servo incompassivo, cuja parábola se encontra em Mateus 18, onde o Senhor responde a pergunta de quantas vezes devermos perdoar os outros. E somos exortados por Paulo em Colossenses 3.13: 13 “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;”. Este Evangelho anunciado por Cristo é o mesmo pregado pelos apóstolos e isto é Cristianismo

No nosso método às vezes não é bíblico, tão pouco Cristão e nem Evangélico; costuma ser assim: “Veja que coragem do fulano! Se ele pensa que vou esquecer isso, está enganado! Dou troco, pode deixar!” Mas tal atitude é muito contrária à Palavra de Deus.

Se formos prejudicados por alguém, devemos nos lembrar que merecemos muito pior. Não éramos nada e prejudicamos o nome de Deus, mas em sua misericórdia Ele nos perdoou. Em matéria de perdão, é lembrar o que ele fez por nós, e quanto a outras pessoas (que te prejudicaram, que te ofenderam), é lembrar-se do esquecimento de Deus de Miquéias 7! É só esquecer! É só ter memória curta!

O que nós precisamos ter em mente é que não podemos perdoar a não ser que tenhamos sido perdoados, e nosso perdão para com os outros deve estar de conformidade com o modo como fomos perdoados por Deus. O perdão que nós recebemos dele não foi baseado em nada bom que ele tenha visto em nós. O perdão dele foi caracterizado por graça, e quando nós perdoamos a semelhança do perdão que recebemos, manifestamos graça! Aquilo que recebemos do Senhor: graça, compaixão, misericórdia, porque o amor de Deus para conosco foi longânimo, bondoso, paciente; tal deve ser nossa atitude para com os nossos semelhantes.

Obrigado Deus e Pai nosso por tua Palavra; pela verdade do Evangelho que um dia cremos, e pelo perdão dos nossos pecados que um dia recebemos. Porque ó Deus! A graça recebida abundantemente, quando nos tornamos habitação do teu Espírito, nos tem habilitado a perdoar, assim como nós fomos perdoados, e, agora livres das amarras, quebrada a parede, podemos estar diante do trono da tua graça, e serem supridas as nossas necessidades físicas e espirituais, e, a graça ser superabundante em nossos corações... Para amar, porque nós não queremos ó Deus, só viver com o necessário para não morrer de fome, nós queremos viver, e, viver é amar! Viver é ter amor de Deus e graça de Deus para amarmos uns aos outros. Expressamos a nossa gratidão e confiança no teu poder! Em nome de Jesus. Amém.