O Rev. Guilherme é um ministro anglicano octagenário. Eu tive a oportunidade de conversar pessoalmente com ele, ouvir seus sermões algumas vezes, ter alguns momentos de Comunhão e de refeições com ele e outros irmãos no salão social da Catedral da Ressurreição em Brasília.
Tenho sido edificado ao ler suas mensagens, e, decidi compartilhar esta pérola recém recebida do reverendo, com os meus agradecimentos, e expressar a minha saudade de Brasília, da família e dos amigos, inclusive dos amigos da comunidade anglicana da Catedral em Brasília.
Domingo da Santíssima Trindade – ANO A – Reflexão nº 37
1ªLeitura: (Gênesis 1:1 e 2:3) - O Deus Eterno é o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
2ªLeitura: (II Coríntios 13:11-13) - A graça, o amor e a comunicação do Deus Triuno com todos os que nele crêem.
3ªLeitura: (Mateus 28:16-20) - O batismo em nome da Trindade Augusta e Santa.
CREMOS EM UM SÓ DEUS, CRIADOR, SALVADOR E SANTIFICADOR
Hoje é o primeiro domingo depois de Pentecostes, dia que a Igreja escolheu para lembrar aos cristãos que o Deus em quem nós cremos é a Santíssima Trindade, conforme está expresso nos credos apostólico e niceno, e que essa nossa crença não é oriunda de especulações racionalistas porque homem algum jamais teve e jamais terá a capacidade de conceber, entender e explicar pela própria razão, quem é o Deus Eterno, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (1ª leitura).
Estudos arqueológicos e antropológicos indicam que os povos de todas as épocas e de todas as civilizações têm procurado e investigado a origem de todas as coisas e acreditado na existência de um Ser que as criou.
Os antigos gregos, assim como outros povos, acreditavam na existência de deuses e diziam que entre as coisas existentes primeiro apareceu o Caos, espaço sideral ou céu, que eles chamavam de Ouranos; depois Gea, a terra, que era rodeada por um imenso rio chamado Oceano.
“O sol ainda não esparzia a sua luz, nenhum corpo tinha a forma que devia ter e todos juntos se obstaculavam uns aos outros... Deus colocou cada corpo no lugar que devia ocupar e estabeleceu as leis que formariam a união deles” (Ovídio).
Estes pensamentos estão em conexão com o relato bíblico sobre a criação: “No princípio criou Deus o céu e a terra. A terra, porém, era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo e o Espírito de Deus se movia sobre as águas” (Gênesis 1:1-2).
Os pensamentos e o texto bíblico citados falam apenas sobre as coisas criadas por Deus, “porque todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Ev. João 1:3), mas não falam sobre quem Ele é, pois, como já foi dito, nenhuma pessoa humana tem capacidade de explicar quem é o Deus Eterno. Sendo anterior a tudo e a todos, só Ele pode falar de Si mesmo e apresentar-se, e para fazê-lo, escolheu fenômenos da natureza, como o fogo, o vento, os relâmpagos, os trovões, etc.
Quando manifestou-se a Moisés no Monte Horebe, fê-lo em forma de labaredas de fogo, na sarça. Moisés perguntou-lhe: como é o teu nome? E Ele respondeu: “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14), isto é: “Eu sou aquele que era, que é e que há de vir; o Eterno; o Alfa e o Ômega; o Princípio e o Fim” (Apoc. 1:8 e 22:13).
Deus não quis dizer o seu nome a Moisés, mas alguns nomes foram atribuídos a Ele.
Entre os vários nomes dados estão Eloah e Eli, em hebraico, Eloí em aramaico, e Elahh, em caldaico, mas o que inspirava maior respeito e reverência aos judeus era Javé, representado pelo tetragrama YHVH, e pronunciado uma vez por ano somente pelo sacerdote no dia da expiação (Levítico 16:34).
Os povos sempre quiseram ver Deus e por isso muitos fizeram para si imagens dos seus deuses para os cultuar.
O Deus Eterno sempre falou e dialogou com Israel, seu povo, através de pessoas que Ele escolheu para serem seus porta-vozes e prometeu enviar um Messias para o libertar, mas nunca foi visto por ninguém.
“Ninguém jamais viu a Deus mas o Seu unigênito é que o deu a conhecer” (João 1:18)
Deus se tornou conhecido pessoalmente através do seu Filho, Emanuel, que quer dizer: Deus conosco. Jesus disse: “Quem vê a mim vê o Pai” (João 14:9).
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo seu próprio Filho” (Hebr. 1:1-2).
O Filho veio com a missão de cumprir a vontade do Pai e ao terminá-la, antes de voltar ao Pai, soprou sobre os seus discípulos dizendo: “Recebei o Espírito Santo”.
Finalmente, ao enviá-los em missão, concluiu: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, isto é: em nome da Santíssima Trindade (3ª leitura).
Os discípulos, depois de serem revestidos de poder do alto, concedidos pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes, saíram pelo mundo pregando a mensagem do Evangelho de Cristo e ensinando todas as coisas que Ele ordenou que ensinassem.
Devemos sempre reafirmar a nossa fé naquele que sendo Pai, Filho e Espírito Santo é um só Deus, Criador de todas as coisas, Salvador dos seres humanos e Santificador dos que os seguem.
É muito bom ouvirmos ao fim dos cultos a impetração da bênção feita pelo ministro: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós, agora e sempre” (2ª leitura). Ou ainda: “Que a bênção do Deus Onipotente: Pai, Filho e Espírito Santo seja convosco e convosco habite eternamente. AMÉM.
190611 Rev. Guilherme Luz.
Caro irmão e colega Anatote,
ResponderExcluirAgradeço-lhe a gentileza e a consideração de ter colocado em seu blog uma de minhas reflexões dominicais. Quando achar conveniente, pode usar quantas quiser!
Um abraço fraterno em Cristo, Senhor nosso.
Rev. Guilherme Luz.