Por Anatote Lopes
Um fariseu, assíduo e dedicado na sua religião, pensava que uma mulher de má fama naturalmente deveria ser rejeitada por Jesus. Questionou ele se de fato Jesus seria verdadeiro caso acolhesse aquela mulher, conhecendo os pecados dela. Mas, Jesus demonstrou com toda sabedoria que, uma pessoa religiosa não é melhor do que ela. E, àqueles que reconhecem os seus próprios erros com atitude de amor e gratidão a Deus por sua misericórdia não são rejeitados (Lc 7.36-50). Tudo o que acontece a partir daí é um servir ao Senhor com alegria, com tudo o que se tem para oferecer, logo, confirma-se que a falta de amor e de perdão genuínos é o que está travando as igrejas.
A igreja brasileira está vivendo um tempo de frieza, especialmente as igrejas históricas, pois um fogo estranho se espalha e proliferam heresias, superstições idolatras de matriz evangélica. E, neste momento histórico os pastores e teólogos discutem o que fazer para revitalizar as igrejas e produzir um crescimentos saudável.
Constatam-se o adoecimento de igrejas inteiras, e muitos indivíduos estão totalmente esmagados por enfermidades espirituais dentro das igrejas; precisa-se curar a igreja, senão, como crescerá saudável?
As pessoas que vão à igreja estão perdendo o prazer de ler a Bíblia e orar e têm pensamentos que pululam dentro de suas cabeças, os quais aparecem em debates teológicos entre rivais, tais como: se Jesus Cristo é meu pastor e salvador para quê preciso de pastores? Preciso orar se Deus já sabe todas as coisas? Tenho que ser fiel nos Dízimos e Ofertas, se Deus é o Dono do ouro e da prata? De que adianta evangelizar, criancinhas, jovens drogados, prostitutas, homossexuais, se Deus já predestinou aqueles que serão salvos? Fazer o que na igreja, se Deus está em todo lugar? Preciso me santificar, se as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos? Jejuar? Deus quer sacrifícios? Infelizmente, todo esforço dessas pessoas é para justificar o modo infrutífero e ocioso de viver uma experiencia religiosa falsa. Pois os discípulos na igreja de Atos não precisaram justificar suas atitudes, mas, impulsionados, motivados e felizes em meio às perseguições e muitas dificuldades pregaram o Evangelho no poder do Espírito Santo.
Sem a propulsão do Espírito a igreja não solta o freio de mão. As pessoas apropriaram-se do espaço sagrado, para viver uma religiosidade sem espiritualidade, por obrigação, só para não fechar a porta, o único medo é de ter que sair por último e ter o trabalho de apagar a luz... A Igreja deve sair antes disso para levar o Evangelho aos de fora, pois existe para os que não são membros. Essa é a sua missão: a Evangelização. Não é triste que a igreja seja um passatempo para muitas pessoas? É por isso que quando surgem outras coisas e pessoas nós abandonamos tudo o que programamos com a Igreja. Então não viemos à igreja por arrumarmos o que fazer, e, não tem nada haver com a missão, tem haver com nossa família, nossos interesses, negócios e diversões.
Essa frieza é só a ponta do Iceberg. Sinaliza o coração endurecido, sem amor, perdão e a justiça do Reino de Deus. A maneira que os crentes vivem, sem refletir o Evangelho que os alcançou não evangeliza. A maioria evangélica não é digna de ser Evangélica; por isso cresce a apostasia, o êxodo para o papado, o espiritismo, o ateísmo ou para idolatrias e superstições. A grande necessidade da igreja é ser Igreja. A maior dificuldade das pessoas dentro das igrejas ainda é admitir seus próprios erros e se corrigir.
Ainda se procura um bode expiatório para se justificar. O problema maior ainda é a vivência do Evangelho de amor e de perdão que Cristo pregou. Essas pessoas pensam que merecem serem perdoadas e pensam que as outras não. Como é bom ser perdoado! Quem é que merece o perdão?
Quanto àquela pecadora? Foi perdoada. Pois estava aos pés do Senhor a derramar perfume misturado com lágrimas nos pés do seu Salvador, e, a enxugar-lhe os pés com os cabelos. Mas, isso não foi fazer por merecer, isso foi expressão de arrependimento e reconhecimento de sua própria miséria. Um coração sinceramente arrependido e entregue a Cristo se encontra humilde aos pés do Salvador, a servi-lo com tudo!
Fomos perdoados. Não Podemos nos sentir melhores que os outros, e não podemos nos sentir menos pecadores porque fomos perdoados. Nós temos uma multidão de pecados cobertos pelo sangue de Jesus Cristo.
Confessemos ao Senhor e confiemos no seu perdão e suficiência para todos os que creem. Como é bom ouvir que nossos pecados estão perdoados! (Lc 7.48, 59). Isso nos anima e nos transforma!
Que o Pai que perdoa os nossos pecados, não nos deixe acomodados a nos julgarmos melhores que o nosso próximo, mas, nos ajude a reconhecer os nossos próprios pecados e a confiar no seu perdão, e nos conceda carregar este perdão conosco; servir ao Senhor, comunicando o que temos recebido: amor e perdão.
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