O DEVER DO HOMEM
É lamentável que o crente professo, isto é,
um presbiteriano batizado que no dia da sua pública profissão de fé prometeu
ser fiel a Confissão de Fé da sua igreja, não viva em obediência aos princípios
claramente bíblicos nela apresentados em todas as suas ocupações diárias; é bom
sempre lembrar o que cremos, mas muito mal pode resultar de crer e não viver diariamente
o que se crê.
Uma existência desse tipo é a expressão de um
nível baixo de vida espiritual, frieza, formalismo sem nenhum poder espiritual
em sua vida.
A primeira lição do catecismo é o que deve
nortear a nossa preocupação primária. É estar a serviço do Deus Soberano. Nosso
ensino doutrinário não começa com a salvação do homem, nem com as promessas de
Deus para nós, mas começa com o ensino de como devemos nos relacionar com Deus;
é nosso dever: Glorificar a Deus; é o nosso destino: Gozá-lo para sempre.
Mas, o lamentável, é que não praticamos
muitas vezes esta fé que da Bíblia recebemos, pertencente e entranhada na nossa
própria identidade e história, no nosso modo de vida.
Muitos culpam o tempo em que vivemos as
tentações e a velocidade da vida numa sociedade tecnológica e competitiva que,
nos distraem das coisas espirituais. Mas não se trata de uma opção. A primeira
coisa que aprendemos é que nós temos o dever de glorificar a Deus.
Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre é
nosso propósito? É como aprendemos: nosso “fim principal”?
Nós só glorificamos a Deus quando não
buscamos a nossa própria glória, o que é entendido por muitas pessoas como não
gostar de elogios. Não é isso. É viver para
Deus em primeiro lugar, crendo nele, confessando-o diante dos homens,
louvando-o, defendendo Sua verdade, mostrando os frutos do Espírito Santo em
nossa vida.
Para isso nós temos a Bíblia como norma para
a nossa fé e prática, ela nos ordena uma vida de serviço, pois glorificamos a
Deus quando usamos nossas capacidades para servir de coração e não por
obrigação.
É preciso primeiro glorificá-lO para depois
gozá-lO; muitos desejam usufruir da graça de Deus, de sua companhia e bênçãos
sem glorificá-lO como Deus Soberano e Senhor de suas vidas; é como se dissessem
que Deus existe para o homem em lugar dos homens existirem para Deus, como se
gozar a Deus fosse mais importante que glorificá-lO; por este sentimento medíocre
de autossatisfação os homens desenvolvem uma religião meramente emocionalista e
utilitarista.
O emocionalismo não é um verdadeiro
relacionamento com Deus, não produz a verdadeira alegria da presença de Deus,
como diz as Escrituras: “Na tua presença há plenitude de alegria” (Sl 16.11) e
não que a alegria vai trazer a sua presença.
Temos percebido que as pessoas querem aderir
alguma religião que traga satisfação e alegria e não exige nada delas; nenhuma
renuncia ou negação do eu, nenhum esforço para remição do tempo, abrir mão de
qualquer luxo, gratificação pessoal, e, não querem sequer, afastar-se do
pecado, praticar boa conversação, exercitar a paciência, a humildade e o perdão.
Nossa primeira lição é viver para a glória de
Deus e a cada dia a característica do fruto do Espírito de Gálatas 5 se
manifestarão.
O relacionamento certo para com Deus é olhar
para Ele, para Cristo, Jesus, nosso Senhor, para o Seu exemplo, para
encontrarmos nossa capacidade de glorificá-lO e gozá-lO, isto é, sentir Sua
presença e alegria abundantemente e eternamente.
Rev. Anatote Lopes
(Leia também Estudos no Breve Catecismo de Westminster de Leonard
T. Van Horn traduzido por Hope Gordon Silva da Editora Os Puritanos.)
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