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quinta-feira, 29 de maio de 2014

HOMENS DA GALILÉIA, POR QUE VOCÊS ESTÃO OLHANDO PARA O CÉU?



Jesus foi elevado aos céus diante dos olhos de seus discípulos, e eles ficaram olhando para cima. Então um anjo lhes perguntou o porquê, chamando-os à realidade deste mundo. (Atos 1.1-11). 

Esse momento histórico nos desafia a viver uma espiritualidade engajada, olhando para a humanidade e compreendendo a Grande Comissão de nosso Senhor (Mateus 28.18-20), enquanto se espera o cumprimento da promessa da volta do salvador. (Atos 1.11).

Não existe lugar para o pessimismo e para o desânimo no Evangelho, mas uma promessa de poder (Lucas 24.49), das nossas orações serem ouvidas pelo Pai (Mateus 7.7), da nossa pregação e o nosso testemunho serem poderosos para salvação e para a condenação (Atos 1.8); por causa do nome de Jesus Cristo vivemos também a expectativa do ódio do mundo (Lucas 21.17), com a vitória de Cristo para fortalecer a nossa perseverança e fé, mesmo em circunstâncias difíceis (João 16.33).

O Mestre não desistiu diante da cruz, deixou-nos o Seu exemplo de persistência e de obediência até a morte (Filipenses 2.8).

Viveu fazendo o bem e não se deixou vencer pelo mal, nem se entregou à corrupção do mundo (Romanos 12.21). 

O Messias, Jesus Cristo, ressuscitou dentre os mortos, e, não deixou duvida desta ressurreição. Primeiro esteve com seus discípulos, comendo com eles, humanamente falando, e, também, não deixou duvidas da Sua glorificação e divindade, ascendendo aos céus de forma maravilhosa diante dos olhos da multidão.

Jesus subiu ao céu, mas vive entre nós pelo Seu Espírito Santo como foi prometido (João 16), e, Ele é servido nos pobres que, ficaram conosco no mundo (12.5-8). Pois nestes seus pequeninos que ele está presente corporalmente e fisicamente.

Cultuamos o Cristo vivo, presente entre nós, espiritualmente; celebramos a Sua ascensão quando anunciamos a Sua morte no cálice e no partir do pão com ações de graças até que Ele venha. (I Co 11.26). Já vivendo a realidade e os valores do Reino em nós, dentro dos nossos corações (Lucas 17.21). Pregamos como Jesus Cristo mesmo pregou: “Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1.14-15).

Anatote Lopes, IPD.



sábado, 24 de maio de 2014

O PASTOR TRABALHA FORA DA IGREJA E FALA SOBRE ARTE, CULTURA, POLÍTICA E FUTEBOL; ISSO É CERTO?



Os posicionamentos quanto à missão e agenda do Ministro da Palavra e dos Sacramentos são produzidos por, no mínimo, dois grupos de pessoas com opiniões diferentes: 

1. O grupo que pensa que os pastores não devem se ocupar com questões administrativas da igreja e atividades seculares de forma alguma, e, até mesmo, principalmente, não opinar sobre assuntos como política, economia, arte, cultura, esporte, etc.. 

2. O outro que pensa que os pastores não devem se dedicar somente ao púlpito, a oração e às atividades pastorais, mas devem trabalhar em qualquer outra atividade secular e tirar dela o seu sustento e de sua família, desonerando a igreja e contribuindo com ela.

Esses posicionamentos, geralmente, não são coerentes entre si mesmos, quanto ao estabelecimento da agenda pastoral, o sustento material dos ministros e a importância da teologia e da abrangência do caráter docente do trabalho pastoral do Ministério da Palavra de Deus. 

É uma ignorância ou precipitação querer isolar o pastor numa "neutralidade" quanto aos assuntos que falam tão perto às necessidades do ser humano ou pensar que, assuntos “sagrados”, como a reflexão bíblica, não sejam respostas para serem dadas às questões de ética, política e cultura seculares!

Existe certa crendice que, pastores sejam sustentados pela Igreja para não se envolverem em outros assuntos e atividades. Mas, também existe, por parte de alguns, até a ideia de proibição de que o pastor receba da Igreja qualquer investimento financeiro e sejam circunscritos ou alienados ao ambiente eclesiástico, o que não tem base bíblica e nem fundamento lógico. 

O fato é que, a dedicação a qualquer atividade acarreta ônus de alguma forma; sendo justo que, atendendo-se às necessidades dos outros se obtenha dos outros o suprimento de suas próprias necessidades. 

Os abusos nesta relação não são o foco deste artigo. Penso que o equilíbrio destas duas posições é o ideal, pois ninguém deve pensar que a atividade pastoral, a qual é totalmente dependente da ação do Espírito Santo para o seu êxito, não exija integração do pastor na sociedade.

Habilidades seculares como a ampla cultura do pregador, a boa didática e o aprimoramento do discurso, a atualização e o aperfeiçoamento educacional e metodológico, o acesso à literatura, aos conhecimentos científicos multidisciplinares, além do aprofundamento teológico bem embasado são imprescindíveis, bem como, requer tempo, dedicação, investimento e oração.

O pastor deve, sempre, dedicar-se ao jejum, a oração e à Bíblia, mas ele vai ter as suas necessidades físicas próprias e de sua família, e, realmente, será útil para o desempenho do ministério da Palavra o sustento para uma dedicação ainda maior, no entanto, se for necessário, o pastor poderá exercer outras atividades remuneradas, o que acontece, não raramente.

Essas atividades exigem uma gestão mais rigorosa do tempo do ministro; quase sempre atrapalham, mas, podem resultar numa maior inserção do ministro na formação educacional e cultural da cidade, nas áreas da beneficência ou da cadeia produtiva promovendo a desoneração da igreja e o acréscimo e crescimento do saber do ministro e da igreja e do serviço cristão à sociedade.

Podemos observar na tradição apostólica descrita em Atos e nas Epístolas exemplos de irmãos que, dedicavam-se à Palavra e a oração e se afastavam de outras atividades e recebiam das comunidades o seu sustento, bem como outros irmãos que, trabalhavam em outras atividades, e aliviavam o peso das igrejas. 

Existe base bíblica para os dois modelos, mas não para proibições e restrições severas impondo um dos modelos. Também não existe base bíblica para a exploração financeira e nem para a avareza. 

As Escrituras não sugerem dois pontos de vista, mas apontam duas circunstancias a serem favorecidas pelo modelo que for mais conveniente adotar, em cada uma dessas situações numa comunidade local. Sendo sempre imprescindível a contribuição da teologia, oficio e reflexão pastoral sobre todos os temas urgentes da comunidade de fé e em todas as áreas de interesse da sociedade.


Rev. Anatote Lopes, IPD, 2014


sexta-feira, 16 de maio de 2014

"SEJA FEITA A TUA VONTADE"

Há alguns anos, assisti a um documentário sobre os mosteiros no Brasil e me chamou a atenção a conversa entre o repórter e um jovem monge. O repórter perguntou qual era a maior dificuldade que ele frequentava no dia a dia dentro de um mosteiro. O jovem respondeu que não era o voto de castidade, como muitos pensavam, mas o voto de obediência.

Jesus nos ensina a suplicar dizendo: “Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”. Essa súplica implica o reconhecimento e a aceitação da revelação de Deus nas Escrituras, uma vez que a vontade de Deus é o conteúdo daquilo que nos foi revelado na Palavra dele. Não se trata de saber se é a vontade de Deus que eu faça este ou aquele curso, ou se devo mudar para esta ou para aquela cidade. Trata-se do conteúdo moral, ético e espiritual dos mandamentos e dos propósitos de Deus que constituem a norma de vida e conduta.

Quando oramos com essa súplica em mente, entramos num conflito entre a nossa velha e corrompida natureza, com suas vontades e caprichos, de um lado, e a vontade boa, perfeita e agradável de Deus, de outro. A aventura da oração é o longo caminho que nos leva a submeter a nossa vontade à de Deus. Nesse caminho, aprendemos a dizer sim para Deus e não para nós. É a aceitação de que Deus é quem tem a iniciativa para a nossa vida. É a abertura do coração e da mente para a entrada do céu na terra.

Quando oramos assim, em vez de virar as costas para o mundo, voltamos nosso rosto para ele. Essa oração nos ajuda a ver a vida com grande realismo. Aprendemos a olhar para o mundo e o ser humano como o Criador olha para eles. Sem essa oração, o que vemos é apenas um mosaico de desejos e escolhas de indivíduos voluntariosos e rebeldes. O pecado é a grande realidade que nos mantém cegos. Quando negamos o pecado, nós nos tornamos vítimas de um otimismo frágil, inconsistente e, muitas vezes, desesperador em relação ao ser humano, à sociedade e à vida.

Jesus certa vez disse: “Não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou”. Por que era tão decisivo para Jesus compreender e realizar a vontade do Pai? A resposta está na oração do jardim do Getsêmani: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero e sim como tu queres”. A vontade de Deus trouxe grande sofrimento e, finalmente, a morte ao Filho de Deus que trouxeram ao mundo a grande verdade do propósito divino.

Santo Agostinho dizia que “Deus é como o médico: não atende aos desejos do doente; atende apenas às exigências da saúde”. Para ele, a vontade de Deus é a força por meio da qual se erra, ou se vive em retidão. Submeter-se à vontade de Deus é viver a partir da realidade do mundo de Deus, um mundo de justiça, verdade e amor.

Por isso, o jovem monge reconheceu que a obediência é a virtude mais difícil. Porém, é por meio dela que nos tornamos verdadeiros. Nas palavras de C. S. Lewis, “Só há duas espécies de pessoas no final: as que dizem a Deus: ‘Seja feita a tua vontade’, e aquelas a quem Deus diz: ‘A tua vontade seja feita’”.


Rev. Ricardo Barbosa de Sousa, Ministro Presbiteriano (IPP/DF) para Ultimato: p. 31. Março e Abril, 2014.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

JESUS E A BÍBLIA: O QUE DEUS FALOU ESTÁ FALADO



Por Anatote Lopes
Os incrédulos e os idolatras exigem algo mais para crerem no Evangelho; alguns uma experiência de sensação de choque elétrico ou de fogo a queimar os pés, outros, uma argumentação fundamentada com os seus próprios referencias e fontes de autoridade dentro da sua própria tradição filosófica ou religiosa. Enganados pela confusão religiosa e pela incredulidade dos falsos profetas e falsos intelectuais, uns exigem sinais miraculosos e outros sabedoria humana para crerem no puro e simples Evangelho (1 Co 1:22).

A autoridade da Bíblia é importante? Ora! Ela é única! Toda autoridade no mundo deve se submeter a ela. Pois é a autoridade do Deus Todo-Poderoso. Se eu relativizar a autoridade bíblica e fortalecer a minha fé em Cristo por outra fonte, tal como na experiência de encontro pessoal com Cristo ou nas sensações de alegria individuais ou comunitários eu não posso ter a segurança de que essa experiência é realmente válida, sequer que seja real, pois pode ser facilmente reproduzida psicológica e culturalmente.

Cristo não poderia ser descrito sem a Bíblia, não poderíamos crer nele como ele é, cada um de nós poderíamos fazer um Cristo pessoal segundo as nossas próprias imaginações e necessidades, mas, temos o Cristo biblicamente apresentado, e a fonte de crédito para apresentar o Cristo histórico será sempre a Bíblia, a princípio os evangelhos canônicos e as epístolas de seus primeiros discípulos.

Já existe um consenso cientifico que reafirma: “os evangelhos canônicos são a fonte de maior crédito para se conhecer o Cristo histórico” publicado pela equipe cientifica que estudou o Codex Tchacos na edição do Evangelho de Judas da National Geographic, mesmo assim, a despeito das inúmeras descobertas da arqueologia, inclusive dos Manuscritos do Mar Morto, muitas pessoas não conseguem crer na existência de Cristo.

Não podemos ter outra confirmação para a nossa consciência, nem podemos pedir um sinal do céu ou um anjo, sensação de choque elétrico ou de fogo a nos queimar, nem mesmo nos assegurar nas nossas fontes, razão ou tradição, não podemos nos admitir a pensar escrever, falar ou fazer, à parte das Escrituras Sagradas, acreditando que não precisemos do fundamento e da autoridade da Bíblia. Nós estaríamos loucos se não déssemos ouvido à voz de Deus.

Se fossemos a Cristo, por outro caminho, que não fosse à pregação deste evangelho bíblico, não nos dirigiríamos ao Cristo verdadeiro, mas a um ídolo criado por nós mesmos. O verdadeiro Cristo é o Jesus bíblico. É impossível pregar o Evangelho Verdadeiro sem essa autoridade bíblica, e se alguém ousar pregar outro evangelho que seja anátema (Gl 1:9).

Se a verdade da Bíblia não fosse suficiente para crermos e ainda precisássemos de uma experiência de sensação de levar um choque ou de ter os pés queimando, seria o mesmo que enfiar o dedo numa tomada ou passar descalço numa fogueira, pois a experiência de poder do Espírito Santo que importa é sermos realmente alcançados para a salvação pela graça mediante o dom da fé (Ef 2:8-9).

Nós cremos no Evangelho somente pelas Escrituras Sagradas. A experiência religiosa e a tradição não são nada sem a confirmação da Palavra de Deus no Velho e Novo Testamento. Neste tempo de ultraje a fé e assalto a autoridade bíblica, afirmamos, reforçamos e não nos permitimos relativizar a autoridade bíblica, o que não é uma opção, opinião ou tradição, mas é a nossa própria fidelidade a Deus.

Sempre foi e sempre será o que Deus diz na sua Palavra que deve ser crido e obedecido. Deus mesmo se encarrega de cumprir a sua Palavra, não dependendo da nossa adesão ou submissão a ela, pois quando o homem a obedece, ele simplesmente cumpre os desígnios de Deus. No cumprimento da missão de Cristo foi assim, e, assim seja a nossa missão realizada em adesão e submissão à Bíblia Sagrada. O que Deus falou na Bíblia Sagrada está falado!

A morte de Jesus numa Cruz e a sua ressurreição não foram eventos do acaso, mas foram cumprimentos da Bíblia Sagrada; Cristo não permaneceu na morte, mas ressuscitou também em cumprimento da Palavra de Deus. Do começo ao final da Bíblia Deus age poderosamente cumprindo a Sua Palavra. Desde a criação ele diz: Haja Luz e houve luz (Gn 1:3); Jesus diz a um morto para que ele saia da sua sepultura e ele obedece (Jo 11:43). Podemos crer na sua Palavra, pois ainda que estivéssemos mortos viveríamos pelo mesmo poder que ressuscitou a Jesus dentre os mortos (Jo 11:25-26).

Os discípulos se tornaram testemunhas do cumprimento da Palavra de Deus: “Depois de cumprirem tudo o que a respeito dele estava escrito, tirando-o do madeiro, puseram-no em um túmulo. Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos; e foi visto muitos dias pelos que, com ele, subiram da Galiléia para Jerusalém, os quais são agora testemunhas perante o povo.” (At 13:29-31). A nossa maior motivação deve ser o fato de Deus ser fiel e cumprir a sua Palavra, por isso podemos ter certeza que, pela morte e ressurreição de Cristo, usufruímos a alegria da nossa salvação, em obediente espera pela volta do nosso Senhor, conforme a Bíblia Sagrada afirma (Ap 1:5-8) .