Por Anatote Lopes
Não me excluo ao falar uma palavra de correção. Que sirva para quem quiser, não importa de qual religião seja.
Portanto, digo o que o Espírito Santo fala antes comigo, e, assim, a começar em mim, levo a sério esta correção.
Se não servisse primeiro para mim não a comunicaria aos outros.
Esta correção parte da exortação que se acha em Romanos 12.9: “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem” para enfrentar o problema do radicalismo ou fanatismo religioso caracterizado pelo “purismo”.
Paulo já havia denunciado o purismo por esta epístola no comportamento dos judeus e dos cristãos de origem judaica residentes em Roma.
Ainda que, também seja um problema existente nas religiões politeístas, refiro-me ao purismo nas religiões monoteístas: no cristianismo, no judaísmo e no islamismo.
Purismo é quando reivindicamos ser mais puros uns que os outros na prática, nos costumes, na liturgia, nos cultos mais puros, etc.; o que nos separa até no interior de cada religião.
Não digo que toda virtude de pureza seja radicalismo ou que a pureza não possa ser cultivada, que a ideia não tenha uma lógica que afete em níveis saudáveis a nossa fé, costumes e relacionamento com Deus, tanto particular, quanto comunitário.
Sou pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, a qual é herdeira histórica de uma boa tradição puritana que nos ensina o zelo com amor. Ainda assim, sinto que está faltando esta útil ressalva para nós hoje.
Desejo despertar especialmente você que é religioso, católico, evangélico, pentecostal, tradicional ou reformado demais. Que tentando ser zeloso se aproxime do zelo sem amor.
Faço questão de fazer este alerta ao radicalismo que milita contra a heresia, a imoralidade, a corrupção e a idolatria dos outros de forma tão apaixonada, e, não raro, violentamente.
Não estou desconsiderando o devido zelo que devemos ter pelos outros, quanto a fé, porém, o qual NUNCA deve ser um zelo sem amor.
Jesus condenou essa postura em Mateus 5.43: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. ” Isto quer dizer que, construímos vínculos de amor, tradicionalmente, com àqueles que chamamos de nossos próximos (parentes, conterrâneos, irmãos de causa ou de fé) e rompemos por ódio com outros.
Somos gentis e amáveis com os quais sejamos recíprocos no amor, isto é, dedicamos amor uns para com os outros, no mesmo nível, desde que sejam da mesma fé, opinião ou cosmovisão nossa.
Esse tipo de amor é tão natural que, qualquer ser humano, mesmo sem religião ama os da sua própria casa; mas, até um cachorro ama aos da sua própria casa.
Não é raro excluir, discriminar, segregar, odiar e construir inimizades por causa das nossas diferenças físicas, culturais e espirituais, mas o amor cristão verdadeiro inclui os que não são da nossa fé.
O amor cristão não é apenas dirigido aos que sejam cristãos, nem podemos dizer, até pelos que não sejam, mas, especialmente, até quando eles se tornam nossos inimigos e perseguidores.
Jesus disse: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; ” (Mateus 5.44).
Conforme o ensino de Jesus Cristo devemos amar de forma contrária à inclinação natural de amarmos apenas os da nossa própria casa.
Nosso Senhor a quem confessamos como nosso Salvador é o modelo de amor para todos nós. Ele disse: “assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. ” (João 13.34).
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