A cidade edificada sobre o monte Sião comportava o templo; principal centro da religião judaica e o palácio de Herodes. Em torno do templo e do palácio se desenvolvia intensa atividade econômica, tanto por causa dos assuntos administrativos quanto religiosos; havia uma agenda religiosa intensa em Jerusalém, a qual incluía sacrifícios e muitas festas judaicas. Foi por ocasião de uma destas festas dos judeus que Jesus subiu para Jerusalém.
A edificação onde ficava o tanque de Betesda (que quer dizer: Casa de Misericórdia; este nome inspirou a denominação de muitos hospitais, principalmente das Santas Casas). Betesda está localizada junto à Porta das Ovelhas e era um complexo de cinco pavilhões ou alpendres; ali uma multidão de mendigos formada de portadores de diversas doenças, cegos, cochos e paralíticos ficavam a espera dos cuidados para sua saúde, como banhos, algum tipo de procedimento médico e remédios de graça, e, também recebiam ali algumas esmolas.
Betesda estava situada exatamente onde passavam os peregrinos judeus que iam ao serviço do Templo e às festas judaicas e toda sorte de viajantes: mercadores de quase tudo e publicanos (grupo social do tempo de Jesus formado por pessoas que serviam ao governo imperial) e várias pessoas que se dirigiam à Capital para assuntos oficiais do império e outros assuntos oficiais próprios dos judeus e da sua religião.
Havia um argumento para eles não saírem dali; o que se dizia era que, em algum momento um ‘anjo descia do céu e agitava a água e quem primeiro entrasse no tanque, enquanto a água estivesse agitada sarava de qualquer doença que tivesse.’ (v. 4)
Uma curiosidade: este versículo não consta em diversos manuscritos; talvez por se tratar, de uma nota com o propósito de explicar o por que daquela concentração de enfermos naquele lugar, em alguns manuscritos, ou em outros casos a sua omissão seria proposital para evitar que alguém viesse a acreditar que, devesse esperar que um anjo descesse para agitar as águas daquele tanque em Betesda; são essas duas hipóteses, as mais aceitas, o que não se têm como confirmar, mas podemos afirmar com ou sem essa variante textual que, a única esperança de CURA para aqueles doentes era o Senhor Jesus Cristo, pois o texto não está afirmando que se deve esperar a cura pelo ministério dos anjos ou dos santos.
Jesus perguntou a um desses doentes:
– Quer ser curado?
Trinta e oito anos ali e este homem ainda não estava preparado para responder: Sim. Eu quero ser curado!
Às vezes a resposta do doente, a mais esperada, não vem; deveria vir do reconhecimento de sua condição, mas este prefere ignorar a sua necessidade de cura e culpar alguém; não é difícil ter alguém em quem depositar nossa culpa.
Este mendigo tinha dois grupos de pessoas para culpar: aqueles que ele culpava de não estar presente para ajudá-lo e a outros doentes de entrarem na sua frente.
Será que ele acreditava que seria possível ser curado pelas águas agitadas pelo anjo? Ou ele contava esta estória como uma desculpa, na tentativa de justificar a si mesmo por estar ali há tanto tempo?
Saiu com uma desculpa clássica, uma desculpa esfarrapada que servia a muitos na mesma condição dele. A semelhança de uma crença ou superstição judaica usada como desculpa para este mendigo. Há quem se agarre ao pecado ou a qualquer outra coisa e que não esteja pronto para responder a esta pergunta:
– Quer ser curado?
Apresentamos a autoridade do Senhor para curar juntamente com a argumentação a favor de uma nova disposição positiva para receber a cura. Uma atitude de obediência ao Senhor e a prontidão para levantar-se, servir e desfrutar a Sua presença.
Considero chave para nossa compreensão desta passagem a expressão: “Quer ser curado?”.
A pergunta de fácil resposta, ou melhor, de resposta esperada, a qual o Senhor fez a este doente nesta passagem do Evangelho, ficou sem resposta ou no mínimo por dedução, podemos concluir que este doente não desejava ser curado, pois não respondeu afirmativamente: Eu quero ser curado.
No primeiro encontro com este homem doente, Jesus lhe perguntou se ele queria ser curado, conforme lemos no versículo 6, e, de repente, o doente foi surpreendido, o Senhor o ordena que se levante e ande tomando o seu leito conforme lemos no versículo 8.
No segundo encontro de Jesus com este homem, o Senhor o adverte a não pecar mais para que não lhe aconteça coisa pior... Confira no versículo 14; depois que o Senhor Jesus o encontrou curado no templo disse a ele: “Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.”.
A pergunta que não quer calar:
– Queres ser curado?
Essa pergunta que Jesus faz é clara, tanto quanto a hesitação do doente, a qual claramente denuncia que, a doença dele era consequência de pecado, e, agora só lhe resta ser advertido claramente pelo Senhor a não pecar mais para que não lhe aconteça coisa pior. Pode existir coisa pior que ficar 38 anos enfermo?
Algumas atitudes que devemos ter diante da Graça terapêutica do Deus que sara; nosso Salvador.
Quais são elas?
Vamos trabalhar com duas atitudes tiradas da lição do Mestre neste episódio do Evangelho:
A atitude do doente diante do Médico dos médico deve ser de receber a cura e seguir o conselho ou a sua orientação.
São estas as atitudes:
· Primeira atitude: RECEBA A CURA DO SENHOR.
· Segunda atitude: SIGA O CONSELHO DO SENHOR.
Primeira atitude: RECEBA A CURA DO SENHOR.
Vamos pensar agora na primeira atitude. Como pode ser mais importante o que recebemos do que aquilo que entregamos, ou melhor, doamos, se as palavras do Senhor, segundo o registro de Atos 20.35 afirmam: “mais bem aventurado é dar que receber”? Aqui, neste caso, se torna mais importante receber. Ora! Porque só pode dar quem antes tenha recebido! Vamos ver o que aprendemos nesta Primeira atitude.
RECEBA A CURA.
– Quem é o que pode curar?
É coincidente a resposta a esta pergunta, com a resposta a esta outra pergunta: