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quinta-feira, 27 de março de 2014

A VIOLÊNCIA DO INDIVIDUALISMO


A tecnologia supre o ser humano de relacionamentos virtuais, superficiais e não raro artificiais. O antropocentrismo e o individualismo coloca o indivíduo no centro do universo e imprime a marca do nosso século. Alguns sociólogos nos anos 80 defendiam a ideia de que cada um teria o seu próprio apartamento no século XXI. Os sociólogos não são profetas, mas não é raro encontrarmos pessoas morando e viajando sozinhas.

Por que não dizer que o homem do século XXI é extremamente egoísta e estúpido? Ninguém pode dizer isso porque, para proteger o indivíduo em detrimento do coletivo: da sociedade e da família, inventaram o “politicamente correto”, pois esse ser egoísta e estúpido é também extremamente sensível e afetado, quando criticado, faz muito barulho e se torna excessivamente violento, quando tem a sensação de ameaça da sua individualidade.

O ser humano do nosso século é narcisista e sedento de poder; seu próprio individualismo é um exercício de poder: eu tenho, eu posso, eu desfruto, eu sou feliz... Não importando com o sentimento e a necessidade das outras pessoas, aliás, tudo e todos giram ao redor da estrela “EU”. Para que se cumpra uma regra que, toda regra tem exceção, com rara exceção é assim que se pensa no nosso século.

Todo o abuso, conflito, violência, corrupção e imoralidade são consequência disso: “De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?” (Tiago 1.1). Na igreja deve ser diferente, mas, se não for, é porque ela deixou de cumprir a sua missão e de influenciar no mundo e passou a ser influenciada por ele, por isso não é raro que aconteçam escândalo, divisão e declínio de igrejas.

Jesus Cristo na oração sacerdotal (João 17.17-26) nos desafia às atitudes que sejam contrárias ao isolamento, à indiferença e ao individualismo. Todos aqueles que creem no Seu sacrifício voluntário na cruz e na Sua ressurreição são um só corpo. Todas as pessoas são chamadas a Igreja, para caminhar em unidade, solidariedade, amizade e cooperação em um relacionamento triangular em que, como eu estou em ti, tu está em mim, e outras pessoas estejam em nós.

A unicidade de Jesus Cristo com o Pai é a figura, a que se reporta para ensinar a unidade em que devemos viver. O sofrimento de Jesus Cristo, sua morte e ressurreição selaram a nossa união com Deus e a nossa inclusão no Reino eterno. Assim caminhamos como Igreja, fortalecidos pelo recebimento dos meios de graça (Pregação da Palavra de Deus, Sacramentos, Disciplina, Oração, etc.); trazendo sempre à nossa família e incluindo sempre em nossa comunidade outras pessoas nessa peregrinação rumo à eternidade, em verdadeira comunhão uns com os outros e com Deus em nosso Senhor Jesus Cristo.


Anatote Lopes, IPD Dracena-SP, 2014.


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