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terça-feira, 30 de setembro de 2014

PREGAÇÃO EXPOSITIVA: MODELO


Por Anatote Lopes

O Pr. Mark Dever apresenta um modelo de sermão expositivo em Tiago 2. Ele faz a divisão do texto em três porções de 1-7; 8-13 e 14-23. Apresenta o assunto do amor no capitulo e faz o seu esboço desta forma: Sua proposição: “O egoísmo pode nos levar ao altruísmo.” Fazendo na introdução um paralelo ao argumento do Dalai Lhama, o qual é como a maioria dos não cristãos pensa e segue; falando de como nós cristão devemos mostrar nossa compaixão compartilhando o evangelho. Ensina que nossas obras ornamentam nossas palavras, e faz uma exortação demonstrando como nossas vidas incoerentes com o evangelho minam as palavras que pregamos.

1. Como Deus é? (1-7). Deus não mostra favoritismo, mas trata o rico e pobre da mesma forma. Deus é amoroso e justo. E deseja que nós o consideremos por uma questão de amor. O amor é vindo de Deus. Não amar o próximo como a ti mesmo é uma falta de amor. Deus quer que tratemos os outros como Deus trata, pois a falta de amor contraria a Deus. Uma pessoa que não ama é um transgressor da Lei. Se você diz que ama ao Deus invisível e não ama o irmão a quem vê é mentiroso, por isso a fé sem obras é morta, isto é, não é fé verdadeira, não concede vida e não é mediante uma fé falsa que a pessoa é salva. Sem amor não há vida, fé e salvação.

2. O que Deus disse que devemos fazer? (8-13). O Pr. Mark Dever conta um episódio de sua infância para ilustrar a relação da obediência a Deus, relacionando-a com a obediência à sua mãe. A maneira como eu obedeço a Deus evidencia como eu o reconheço, assim como obedeço a minha mãe. Posso ser desobediente, logo estou sendo desrespeitoso para com a sua autoridade. Não podemos escolher quais mandamentos obedecer, sem nos tornamos transgressores de todos. Nós devemos ouvir e obedecer a Palavra de Deus como nos foi dado.

3. O que comunicamos quando não fazemos o que Deus manda? (14-23). Significa que não consideramos, não amamos e não respeitamos a Deus. Abrahão creu em Deus e isso lhe foi imputado por justiça, antes mesmo de seu filho Isaque nascer, mas Tiago ensina, “verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente”, pois quando Deus pediu a Isaque em sacrifício, para prová-lo, ele obedeceu. Tiago não está trazendo ideias erradas sobre a justiça imputada e nem sobre a graça de Deus; ele está exortando pessoas que se dizem crente, mas isso não faz a menor diferença na vida delas, a confissão da fé de Abrahão foi demonstrada no oferecimento de Isaque; sendo está fé que, se expressa por palavras e por obras, considerada a fé dos verdadeiramente salvos. É desafiadora esta mensagem.

Dever sugere pregar expositivamente na evangelização, e considera muito pratico e fácil, pois quanto mais se conhece as Escrituras mais se pode evangelizar pela exposição bíblica, expor um ponto de cada passagem e mostra a pobreza espiritual dos perdidos, e então, como ensinam as Escrituras fornecer uma forma melhor de se viver do que a forma egoísta como eles vem vivendo, como os pecados deles revelam a verdade de seu não relacionamento com Deus e a necessidade de arrependimento e fé no Evangelho.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

PREGAÇÃO EXPOSITIVA: COMO?

Por Anatote Lopes

Conforme afirma o Pr. Mark Dever, pregando expositivamente a Bíblia toda, podem-se proporcionar sermões aos seus ouvintes que, possibilitam uma melhor leitura de todas as categorias de livros da Bíblia. O ouvinte de sermões expositivos passa a ter maior familiaridade com esses tipos de literatura em 3 a 4 anos. Sua experiência é de passar mais tempo pregando no N.T. porque o mesmo contém o V.T. e o explica, mas também prega no A.T.; Mark prega o que denomina de níveis diferentes de exposição do texto, explicando com a figura da vista panorâmica de uma cidade da janela do avião, do alto de uma montanha ou de sua praia, sendo o nível mais natural sobre um capítulo, ou parágrafo de um livro, dependendo de seu gênero, de forma mais panorâmica; ainda a parte ou a totalidade de forma mais lenta através do livro, vários sermões em um único capítulo, trazendo do texto a sua realidade com maior profundidade. 

Depende do gênero do texto das Escrituras, reafirma que é possível pregar expositivamente em quaisquer níveis. Dá-nos exemplos no Salmo 25.11: “Por causa do teu nome Senhor” ou 21: “Porque a minha esperança está no Senhor” como sendo textos nos quais se poderia fazer uma exposição legitima, normalmente Spurgeon pregava assim. Joseph Kerl um dos puritanos da Confissão de Westminster pregou através de Jó 424 mensagens, começou em 1643 e terminou em 1666, pregou cerca de 10 sermões por capítulo, embora não tenha sido só o que ele pregou durante todos estes anos. Ele julgou relevante para sua época e no final pediu desculpas: “eu sei que não passei a vocês uma visão o suficiente clara das passagens como eu gostaria”. Esta obra tem sido publicada como a “joia da coroa da pregação puritana”. O Pr. Mark Dever também compartilha a sua experiência de pregação expositiva em diversos níveis em todos os gêneros literários, muitos já foram publicados em português. 

O Pr. Mark associa à pregação expositiva diversos nomes da teologia reformada e relembra a histórica interrupção do ministério de João Calvino em Genebra que, quando ele retornou a "Cidade de Deus" continuou a sua pregação de sermões em série, exatamente de onde ele parou. Ao lado do estilo de Spurgeon que, não fazia sermões em série, mas pregava expositivamente. Mark Dever explica como tem pregado expositivamente em um nível panorâmico nos Profetas Maiores. A vantagem de se pregar expositivamente segundo o Pr. Mark é que nunca se esgota a matéria para apresentação, mesmo que seja repetida a passagem. A igreja pode receber os textos antes da mensagem para meditar neles. Ajuda o pregador evitar o vício de repetir temas, caso o tenha. Exige muito mais estudo e dedicação, para extrair o esboço homilético do texto e fazer a exposição, a fim de apresentar o texto com precisão, investigar as categorias que precisam ser explicadas, encontrar o que o texto diz aos não cristãos e listar as implicações públicas dele nas esferas da vida cristã. Entender como isto aponta para Cristo, para as relações de trabalho, gênero, família e casamento. E, principalmente, como se aplica a nós como igreja. Levar todos estes pontos para o sermão nem sempre é possível, mas é importante para o pregador investigar cada um deles. Mark Dever sugere meditar em todos eles com a equipe pastoral.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

PREGAÇÃO EXPOSITIVA: O QUE É?

Por Anatote Lopes

O Rev. Mark Dever, palestrando em um Curso de Lideres no Brasil, em resposta a questão: o que é pregação expositiva faz, a sua afirmação mais contundente logo no início: “a primeira marca de uma igreja saudável é a pregação expositiva.” E, faz a sua afirmação mais polêmica e provocativa para a geração evangélica atual: “O modelo de ensino nas igrejas em células não tem base bíblica.”

O Pr. Mark Dever informa que, pregar expositivamente é escolher, compreender e expor o texto. O ponto do texto é o foco do sermão expositivo, enquanto no sermão tópico escolhemos o assunto e vamos a Bíblia para ver o que ela tem a nos dizer. Enxergamos com clareza o que o texto tem a dizer quando vamos a ele em busca da riqueza da Palavra de Deus e não apenas das respostas e justificativas que buscamos. Não é sermão expositivo: o comentário da Bíblia versículo por versículo. Trazer uma tese pré-arranjada e discorrer a Bíblia para dar uma resposta de acordo com a sua própria tese.

Quanto ao chamado para pregar, ele afirma que não fomos chamados para sair por ai pregando o que der na cabeça, mas recebemos uma mensagem especifica para entregar, como um carteiro entrega as mensagens dos outros e não as próprias. A autoridade da Mensagem Cristã é incontestável se tiver o conteúdo da Palavra de Deus; isto é, se for uma pregação expositivamente da Bíblia. Caso o pregador não pregue expositivamente, nunca pregará mais do que tem dentro de sua cabeça; se não compreender o texto, meditar nele, considerá-lo com cuidado e entender o seu contexto, não pregará senão a sua própria mensagem. Ao se doar para estudar o texto ouvirá Deus falar com ele de forma surpreendente. Ninguém recebe a Palavra de Deus de forma inata, não surge dentro de nós, Deus revela a sua Palavra e devemos ouvi-lo falar na Bíblia.

Nas igrejas em células as pessoas compartilham a Escritura sem qualquer preparo, o ensino deles não tem autoridade; este modelo de comunicação da Palavra não tem base na Bíblia. Aponta-se na Bíblia pregadores e o povo diante deles humildemente recebendo a Palavra de Deus com choro e quebrantamento, animo e regozijo pelo entendimento. O povo deve receber um ensino autorizado e viver com base nele. Experiências contemporâneas confirmam a eficácia da pregação expositiva e a Bíblia traz exemplos. A Palavra gera vida em nossos corações como na criação (Gênesis); o povo esteve em pé para ouvir a leitura e a explicação do Livro (Neemias 8); a Palavra gera vida no vale dos ossos secos (Ezequiel 37.10-13); Paulo exorta a Timóteo “prega a Palavra” (II Timóteo 4.2); os apóstolos diante de outras demandas, afirmam se consagrarem com prioridade à oração e a Palavra de Deus (Atos 6.4); a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17).

O Rev. Mark nos deixa a recomendação de pregar em série e por inteiro os livros da Bíblia; embora seja possível pregar temas expositivamente em uma fração de texto, por exemplo, para caminhar pelas Escrituras e refutar heresias especificas ou para responder a questionamentos. Afirma que um pregador sem o conhecimento do texto grego pode pregar expositivamente com o uso de traduções da Bíblia, ainda que seja importante conhecer as línguas originais, só é imprescindível para os tradutores. Bons pregadores podem ser usados por Deus para pregar expositivamente, mesmo não sendo eruditos, porque as traduções do texto original nos dá o entendimento do texto com fé pública.