Por Anatote Lopes
Para os cristãos “orar” significa falar com Deus e louvar a Deus, agradecer ou lhe pedir algo. Assim, uma grande diferença entre a oração cristã e a oração pagã é a racionalidade da oração cristã. O cristão deve orar com fé e amor; primeiramente, deve ter fé em Deus e amar ao próximo, e não simplesmente “tagarelar”.
Rudolf Otto (teólogo protestante alemão) denomina “moinhos de oração” as orações pagãs. A expressão “moinhos de oração” aponta para uma direção oposta ao ponto de vista protestante da oração. Moinhos trituram mecanicamente, movidos por água ou vento, mas não pela mente.
Essa expressão denota uma pratica de oração completamente diferente. Rudolf Otto observa como os tibetanos utilizam a oração movimentando cilindros ruidosos e repetindo mantras. Ele afirma que os tibetanos pretendem enganar os seus deuses. Para oração na religião tibetana pesquisada não é necessário ter fé, pois não é a divindade o centro da religião, mas o homem.
Esses religiosos não invocam um poder externo, mas, pretendem despertam energias em seu próprio interior, o que difere dos cristãos, cuja motivação é pedir algo por meio de uma “intercessão” a Deus e não alcançar o êxtase. Devemos repensar nossa vida prática de oração, se oramos como cristãos ou pagãos.
A oração pagã não exige conhecimento de Deus e racionalidade; não atende ao objetivo da mente, mas, possibilita a experiência religiosa sensorial e a satisfação pessoal. Outro objetivo da espiritualidade pagã é enganar os deuses e aplacar a ira divina contra os homens. Na tradição cristã, o que se crê sobre Deus, nosso relacionamento e confiança nele são imprescindíveis à oração.
A Bíblia afirma que, “sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11:6). Quando oramos sem pensar, ignorando o significado das palavras ou floreando nossas orações não oramos de fato a Deus, nem alcançamos a eficácia da oração.
O que significa que ao orar é necessário o entendimento para proveito próprio. “Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto”. (I Co 14:14). Mas o cristão também se preocupa com os outros ao orar.
O cristão compartilha do proveito da sua oração para edificação comunitária, portanto, “Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;” (15). E, “De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?” (16).
Somos, portanto, exortados a orar sempre, em nossos lares, em todos os lugares, sozinhos ou em família e comunitariamente, mas nunca sem entendimento. Por isso, oremos e nos empenhemos por nosso crescimento e conhecimento espiritual para orarmos proveitosamente.
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