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quarta-feira, 31 de julho de 2013

POR OCASIÃO DA QUEBRA DE CRUZES: A GRAÇA E A CRUZ


A trajetória dos fiéis não foi sempre fácil. Graças a Deus nunca foi fácil para mim. Não foi fácil até aqui e não espero que se torne calmo daqui para frente, nem peço a Deus tranquilidade, pois é como diz o ditado: “Um mar tranquilo não faz um marinheiro habilidoso”. Eu quero estar pronto na próxima batalha diante dos inimigos da cruz. Tanto daqueles tais que odeiam, quanto dos falsos cristãos que desprezam a Cruz apresentada nas palavras de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Marcos 8.34). Pois amam mais a vida do que a esperança dos filhos de Deus, “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á.” (35).


Quando a luta fica mais acirrada me lembro de que, chegando o tempo de Jesus ir para o céu, ele foi para Jerusalém. (Lucas 9.51). Foi em Jerusalém, a cidade também chamada de “cidade de paz” que ele enfrentou o sofrimento experimentado por tantos profetas. O Senhor lamentou sobre esta cidade dizendo: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quiseste!” (Mateus 23.37).

Não foi apenas em Jerusalém que o Salvador foi rejeitado, Ele também foi rejeitado por muitos de Samaria, contudo, Jesus os amou, pois enquanto os seus discípulos desejavam que Jesus destruísse os samaritanos por causa da rejeição deles (Lucas 9.54), o Mestre os ensinava dizendo: “amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.” (Lucas 6.27, 28).

Estamos vivendo tempo de escárnio e intolerância contra cristãos no nosso país, não quero incitar o ódio contra os perseguidores que ultrajam e escarnecem da fé cristã, mas alertar aos cristãos que não podemos eleger políticos corruptos, apoiadores e financiadores dos perseguidores dos cristãos. É natural desejarmos neste momento a destruição deles, mas não é isso que aprendemos com Jesus Cristo. Também aprendemos com Jesus a amar, pagar o mal com o bem, abençoar e orar por eles e seguir o nosso caminho de paz.

Seguir o nosso caminho de paz não é se acovardar e trocar a verdade por uma mentira, em nome da liberdade, da paz e da unidade falsas. Lutar contra o mal com as armas da verdade e da justiça é um ato de amor ao próximo, com diz o Rev. Hernandes Dias Lopes: “Um Amigo de Verdade: um amigo verdadeiro é aquele que ama em todo tempo. Confronta você em particular e defende você em público. Prefere o desconforto do confronto ao conforto da omissão. A ferida feita pelo amigo é melhor do que a bajulação do hipócrita.”.

Jesus segue o seu caminho até a cruz, porque Ele é coerente com o que prega. Jesus disse a cada um de seus seguidores que deveria tomar a sua própria cruz e segui-lo, então deixa o seu exemplo. Mas, JESUS CRISTO não morreu apenas para nos dar um exemplo! Ele é o nosso Salvador, morreu em nosso lugar, para nos dar a vida eterna juntamente com Ele! “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2.8, 9).

A cruz de Jesus Cristo serve para o sacrifício vicário, isto é: substitutivo, porque Cristo morreu em nosso lugar; mas, também nos lembra do quanto são odiosos os nossos pecados, dos quais, devemos nos arrepender verdadeiramente para não profanarmos o sangue de Jesus, “O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29), por “vivermos deliberadamente em pecado” (Hebreus 10.26). Isto é, premeditadamente, pecando de propósito, a pretexto da misericórdia e da graça de Deus.

Eu não espero encontrar o amor de todas as pessoas o tempo todo, já que o meu Senhor encontrou a realidade do ódio no mundo e não encontrou paz e sossego, exceto na misericórdia, no consolo e conforto de Deus. O que podemos confirmar no relato dos sofrimentos de Cristo no Getsêmani, quando ele aceita o seu cálice de dor e de morte. Peço-lhe a paciência, a perseverança, a fé verdadeira, ou seja, operosa e frutífera, o amor a Deus e ao próximo que, faça-me sempre renunciar e desprezar da mesma maneira os prazeres e os perigos e as tentações do poder, das riquezas e da popularidade.

Peço a Deus uma esperança e uma convicção que eleve ao céu o meu coração de forma que eu jamais vacile, e, peço a Deus que me conceda tudo que necessito no poder da graça e do Espírito Santo para confirmar a minha eleição e vocação. É justo, portanto, que os seguidores de Jesus enfrentem as consequências de se tornarem seguidores do Messias que foi rejeitado, do profeta que foi escarnecido, surrado e morto como um malfeitor, pois o mundo continuará rejeitando a Cristo e a nós juntamente com Ele.

Nem sempre, àqueles que se dizem seus discípulos, estarão dispostos ao sofrimento e a morte, se preciso for; não significa que todos os cristãos passarão por grandes necessidades, dores e pelo martírio, ainda que, sintamos hesitação e até medo de sermos perseguidos e mortos, no entanto, oramos a Deus para que, caso tenhamos que passar por aflições, Ele nos capacite com a força do Seu Poder para não negarmos o Seu nome.

Mas infelizmente, muitas pessoas, quando ficam sabendo o que significa ser discípulo, desistem da fé cristã para viver uma vida sem compromisso, ou, mesmo fazendo uma confissão de fé Cristã, passam a viver sem compromisso algum, como se Deus não existisse, tendo apenas o cuidado das coisas materiais e o deleite dos prazeres, sem a esperança da promessa: JESUS VOLTARÁ; porém, não há quem viva em hipocrisia, rebelião ou indiferença contra o seu Salvador, que esteja sem preocupação, pois olhando a fé dos eleitos de Deus, os quais vivem e pregam o Evangelho de Jesus Cristo, sentem-se acusados e diante do sinal do reto juízo de Deus eles ficam ás vezes aterrorizado, outras vezes suas preocupações se traduzem em ódio contra aqueles que têm esperança.

Há aqueles que adiam um compromisso com Deus, a entrada no discipulado, a obediência à vocação do evangelho para o arrependimento e entrada no reino de Deus, admitindo-O como seu Salvador, mas recusando-O como seu Senhor. Estes juntamente com os ateus e idolatras, os quais são os perseguidores externos da igreja, tornam-se também, nossos perseguidores, a ameaça interna dos falsos dos irmãos. Nós, porém temos o dever de continuar pregando a todos, pois não sabemos a quem o Senhor quer salvar. Há quem esteja na ignorância ou na dúvida (Judas 22) entre os dominados pelas trevas “salvai-os, arrebatando-os do fogo” (23).

Quem pode dizer quanto tempo você tem?

No entanto, somos gratos a Deus que tem confirmado a nossa eleição, trazendo a certeza da nossa salvação aos nossos corações, e o testemunho do evangelho em nossa vida e pregação como um sinal do reto juízo de Deus para os desobedientes e para os perversos, (II Tessalonicenses 1.4-6), pois um dia voltará o nosso Senhor, e, estaremos juntos, no Dia do Senhor (II Tessalonicenses 1.7-10). Jesus foi para Jerusalém e assumiu a nossa cruz, nós, portanto, O reconhecemos aos pés da cruz, nós O seguimos no caminho de graça e de cruz, o qual Ele abriu com a Sua morte e ressurreição, pois Ele nos deu capacidade para isso no poder do Espírito Santo, pois Ele mesmo abriu a porta que nos leva para o céu.


Anatote Lopes, IPB, 2013.

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