Por Anatote Lopes
Deus determina a estratégia para promover o crescimento da sua Igreja em Atos. Não poderia ter escolhido outro dia para começar o testemunho de Cristo: o dia de pentecostes; uma grande festa trazendo peregrinos à Jerusalém. O milagre da linguagem compreendida por todos em sua própria língua materna. Grande ideia! Espetacular. Sinaliza a universalidade da graça e o cumprimento da expansão anunciada na promessa de salvação aos gentios pelos profetas do Antigo Testamento.
Não podemos pensar em nada fora disso: a Igreja crescia no poder do Espírito Santo pelo qual Cristo, acrescentava-lhes os salvos. É isso mesmo que nos diz Lucas no seu segundo livro: “louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 2:47). Mas podemos pensar na dinâmica do crescimento da Igreja em Atos? Podemos pensar...
2. O Vertiginoso Crescimento da Igreja em Atos
Certamente contemplamos uma explosão de crescimento que começou antes com os discípulos caminhando com o mestre, arrastando multidões atrás deles. De uns poucos discípulos, aproximadamente 120 pessoas, reunidos com uma preocupação: a vacância de uma cadeira dos 12 apóstolos, antes ocupada por Judas Escariotes, para a qual escolheram Matias (pois ele tinha, segundo os critérios descritos, os atributos de um verdadeiro apóstolo), a milhares de cristão em Jerusalém, Samaria e até nos confins da terra. Mas foi no cenáculo (sala superior) em um domingo de manhã, a inauguração do crescimento da Igreja de Atos (ERDMAN, 1960, p. 29).
Cumpriu-se o que eles esperavam: a promessa de Jesus do revestimento de poder, como informa em detalhes o Capítulo 2:1-13 do livro de Atos dos Apóstolos. Portando o crescimento da Igreja é um mistério, de dimensão cósmica, com elementos tanto naturais e objetivos como o Evangelho, seu conteúdo e a ação missionária, mas também, com elementos totalmente sobrenaturais: o poder do Espírito Santo. Ele vem pela eficácia da pregação do Evangelho, a qual é o poder de Deus, como escreve Paulo: “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” (Rm 1:16).
Depois do cumprimento da promessa (At 1:8), a qual eles esperaram obedientemente, o crescimento ganhou números expressivos: três mil são registrados ainda no Capitulo 2, seguido de quase cinco mil no Capítulo 3! Ainda que em números menores, a Igreja continua a crescer, causando novamente demandas administrativa, beneficentes, teológicas e disciplinares sobrecarregando os apóstolos, levando-os no poder do Espírito à instituição, primeiro do diaconato e posteriormente de presbiterado.
3. Como a Igreja Administra o Seu Crescimento em Atos
Foi propositadamente que eu apresentei a escolha de Matias, e, posteriormente as instituições ou ordens de diáconos e presbíteros que deram continuidade ao trabalho apostólico.
O explosivo crescimento da Igreja não era ensinado e nem o seu desejo alimentado pelo Mestre quando os discípulos caminhavam com Ele, arrastando multidões atrás deles, mas a pregação fiel do Evangelho a obediência e a oração.
Cabe destacar a vida intensa de oração, a diligente pregação, e a própria vida da comunidade dos santos, aprendendo e expressando o Evangelho, celebrando a comunhão, vivendo o Evangelho diante de todo o povo, o qual a considerava, simpática: “Eles se dedicavam ao ensino dos Apóstolos, a Comunhão, ao Partir do Pão e às Orações.” (At 2.42).
A Igreja não trabalhava o seu crescimento, mas ele é produzido sobrenaturalmente, no entanto ela administrava as demandas deste crescimento para a sua continuidade com ordem e doutrina. Por exemplo, para evitar o envolvimento dos apóstolos na demanda material e para suprir as necessidades das viúvas foram constituídos diáconos (At 6:1-7), para que os apóstolos pudessem se dedicar a oração e ao ministério da Palavra. E para por as coisas em ordem se elegeram presbíteros em todas as Igrejas (Tt 1:5), e, os presbíteros que presidissem e dedicassem à Palavra (Pastores ou Ministros da Palavra) receberiam distinção e assistência especial da Igreja (I Tm 5:17).
Com a conversão de Saulo o crescimento da Igreja recebe um novo impulso e expansão (At 9:31); a partir do capítulo 10 mais uma aparente ameaça também se torna em uma benção para o crescimento e expansão da Igreja: a perseguição e dispersão dos cristãos faz com que o Evangelho alcance ainda mais cidades e povos com a mensagem evangélica; seguido das viagens missionárias de Paulo, segundo o propósito de Deus para o crescimento e expansão de sua Igreja: “Mas ele me disse: Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios.” (At 22:21).
4. Conclusão
Para o crescimento da Igreja pós Atos podemos considerar os elementos do modelo orientado pela Escritura:
1. a Igreja obedece a Palavra de Cristo;
2. a doutrina dos apóstolos é ensinada;
3. os sacramentos são ministrados;
4. a comunhão em amor e o culto são comunitários;
5. a Igreja de Cristo é simpática e graciosa;
6. a Igreja se reúne no templo, nas sinagogas dos judeus e nas casas;
7. o poder de Deus impulsiona o crescimento da Igreja;
8. a Igreja manifesta a sua natureza missionária e organizada.
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