Por Anatote Lopes
“Portanto, se fostes ressuscitados
juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado
à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.
Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis
manifestados com ele, em glória. Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:
prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é
idolatria;”. (Colossenses 3.1-5).
Quando morre uma
pessoa querida somos forçados a pensar na brevidade da nossa própria vida. A
vida das pessoas que nós amamos e as nossas próprias vidas não nos pertencem;
nossas vidas pertencem a Deus. Os nossos corpos enquanto vivemos ou quando
morremos não nos pertencem, por isso “o pó volte à terra, como o era, e o
espírito volte a Deus que o deu.” (Eclesiastes 12:7). Quando olhamos
nossas vidas dessa perspectiva as paixões carnais perdem o seu valor. Não temos
na vida terrena nada que seja eterno, então, se alguma coisa não dura o
suficiente não pode ser mais importante que a eternidade da nossa alma. Mas, a cobiça
leva o ser humano a desejar o mundo e seus prazeres efêmeros e desprezar o
Criador.
Quem vive o
testemunho da ressurreição futura no presente não se mostra moribundo na vida,
mas, comunica pela nova vida que já vive, prefigurando a luz dos glorificados, o
anuncio de esperança da manifestação de Jesus Cristo. Felizes os que não vivem
as suas próprias vidas, mas já ressuscitaram com Cristo e suas vidas estão nele
escondidas até que sejam manifestadas em glória. Não se trata de vivos que
esperam a ressurreição dos mortos e nem de mortos, certos que algum dia essa
ressurreição ocorrerá, mas felizes são os que já vivem a realidade da
ressurreição nesta vida, fazendo morrer a sua natureza terrena: “prostituição,
impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria”.
Quem busca a paz, a saúde,
a prosperidade e os prazeres mundanos tendo em vista suas próprias prioridades e
desprezam o Salvador que vem ao encontro deles e de suas verdadeiras
necessidades, quem despreza a Deus por que não tem a verdadeira fé que contempla
a eternidade ficará desesperado na hora da morte. A humanidade foi criada para
o paraíso perdido; busca-o incessantemente. A experiência de conquista e de
paixão carnal nos dá prazer e quando nos sentimos supridos por nossos próprios
esforços, temos a sensação de ter alcançado o paraíso, mas, de repente seremos
chamados daqui a hora da morte e se não formos reconciliados pela graça de Deus
em Cristo não ganharemos o paraíso verdadeiro. Mas, descansam à sombra do Deus
Onipotente àqueles que se encontram no esconderijo do Altíssimo (Sl 91:1); são
estes que tem a verdadeira paz e as bênçãos espirituais que o homem carnal não
pode desejar e nem entende, antes pensa que não precisa de Deus, confia na sua própria
força e acredita ser ele mesmo o seu próprio deus. No mundo a ambição é
elogiada como virtude, mas é ela que tem levado a humanidade às guerras; a cobiça
e a ambição geram injustiça, dor e sofrimento, são destruidoras, por isso somos
desafiados à consciência deste mal para permanecermos alertas. Cristo nos
ensina a entesourar no céu e ter nele o nosso coração. Isto significa ser rico
para com Deus. Os bens materiais acumulados aqui, não são úteis para nós na
hora da morte, mas para os nossos herdeiros que mal causará?
A nossa cobiça e
ganância afeta os nossos sucessores, como a nossa natureza pecaminosa, também a
nossa herança material se tornará prejudicial aos nossos filhos e descendentes,
salvo se receberem a nossa herança espiritual pela graça de Deus; caso
contrário o que lhes foi facilitado dará lugar a indolência e as disputas pelas
quais envenenarão as suas próprias almas. Mas, Deus nosso Pai nos presenteou
com a vida eterna, para vivermos essa realidade hoje, no deleite da criação, no
cuidado para com todas as criaturas, na proclamação do evangelho da Verdade,
nas boas obras e no amor a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a
nós mesmos; assim podemos viver espiritualmente com Jesus por toda a eternidade,
mas se alguém for seduzido por esta vida desprezará a vida eterna recebida pela
graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
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