Por Anatote Lopes
Naqueles dias impactou-me uma frase: "O fiel ama a Deus como seu Senhor; e como a um pai, dedica-lhe amor. Ainda que não exista o inferno ofender a Deus lhe causa horror" (In Institutas, I.8. p. 62, versão adaptada da tradução de Odayr Olivetti). Eu cheguei a seguinte conclusão: livre do inferno eu poderia me ocupar em servir e me santificar para Deus. O que fui buscar como cristão na tradição presbiteriana. Não me importa a opinião dos preconceituosos, ateístas, anti-institucionalistas, declaradamente anticalvinistas, etc., a Bíblia, a teologia reformada e a instituição muito me contribuíram para isso até agora.
No dia 13 de janeiro de 2008 fui pregar, à convite do Pr. Flávio, na Primeira Igreja Batista de Morada Nobre, em Valparaíso de Goiás, um sermão intitulado: “O Pastor e Suas Ovelhas”, uma exposição do Salmo 23, por ocasião do descanso pastoral do amigo. Depois de exaltar o Bom Pastor, o diácono que presidiu o culto, chamou-me “pastor”, mas eu recusei o título esclarecendo que era apenas um “seminarista”, um estudante, então ele demonstrou saber algo sobre mim, fazendo a cortesia de informar à igreja que havia concluído o curso e pastoreava o campo da Igreja Presbiteriana em um bairro de Luziânia não muito longe dali.
Seguiu-se então a convocação para eu impetrar a bênção. Eu sabia que “impetrar a bênção” na IPB é um ato solene e oficial, quando o pastor roga a benção de Deus sobre a igreja no final do culto, portanto, uma atribuição privativa do Ministro. Apesar de estar numa igreja batista, aleguei minha impossibilidade sob o protesto discreto do diácono que presidia o culto, o qual me lembrou: eu não estava na IPB, argumentando: portanto, ali não valiam as mesmas regras. Será?
Seguiu-se então a convocação para eu impetrar a bênção. Eu sabia que “impetrar a bênção” na IPB é um ato solene e oficial, quando o pastor roga a benção de Deus sobre a igreja no final do culto, portanto, uma atribuição privativa do Ministro. Apesar de estar numa igreja batista, aleguei minha impossibilidade sob o protesto discreto do diácono que presidia o culto, o qual me lembrou: eu não estava na IPB, argumentando: portanto, ali não valiam as mesmas regras. Será?
Apresentei àquela igreja a oportunidade de orar com eles, expressei a minha gratidão, sentindo-me abençoado com a oportunidade de rogarmos juntos à Deus a bênção sobre toda Igreja de Jesus fazendo com eles a oração final, sem abençoar com a autoridade que Deus não havia me dado. Naquela semana a pregação e o meu gesto repercutiu; mesmo estando em uma relação muito conflituosa com o meu tutor, o mesmo, soube por terceiros e me parabenizou pelo posicionamento.
Lembrei-me das palavras do Senhor: “quem a si mesmo se humilha será exaltado”. Hoje eu admito quanta arrogância tinha no coração, na época não me conseguia ver como devia; todo ministro deve se enxergar como menos que nada; por essas e outras, não vou passar de um servo, quem sabe um camponês na Nova Terra, porque eu sei que muitos humilhados aqui serão reis e rainhas e habitarão a Cidade Santa, quando o Rei vier no Seu Reino, com os seus santos anjos com poder e muita glória. E me sentirei feliz, realizado, livre definitivamente do pecado, aperfeiçoado pelo poder da Sua morte na cruz e da ressurreição, como servo do Senhor adorarei diante do trono.
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