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quarta-feira, 6 de maio de 2015

UM COMPROMISSO RADICAL: PEQUENINOS APROVADOS (II)


Exposição de Lucas 9.43-62, por Anatote Lopes​


Como saber que posso ser maior sendo o menor?

Parece que isso não é geometricamente lógico! Porque se é maior é maior, se é menor é menor... Então, a gente percebe que as coisas espirituais não acompanham muitas vezes a nossa lógica matemática.

O que posso fazer para ser aprovado?

O que nos embaraça? O quer dizer: atrapalha-nos...

Temos um princípio positivo nesta reflexão: Sejamos um, em Cristo aprovados, servindo uns aos outros em amor, para que seja engrandecido o nosso Senhor.

Parece que isto está muito desconectado de tudo que foi apresentado na introdução (semana passada), mas, no desenvolvimento do nosso estudo do texto, vamos perceber a sua conexão.

Nós vamos meditar sobre o que Cristo quis fazer aos seus primeiros discípulos, e a nós, hoje, discípulos dele também, para glória de seu santo nome.

Assim com fez com aos seus discípulos naquele dia:

1° CRISTO QUER TIRAR A NOSSA ARROGÂNCIA.

2º CRISTO QUER HUMILHAR O NOSSO ORGULHO.

3º CRISTO QUER PROVAR A NOSSA RENUNCIA.

Ele está disposto a fazer isso para que, sejamos um, em Cristo aprovados, servindo uns aos outros em amor, para que seja engrandecido o nosso Senhor.

Então vamos meditar naquilo que em primeiro lugar Cristo quer fazer:

CRISTO QUER TIRAR A NOSSA ARROGÂNCIA.

Vamos meditar nos versículos 46 a 48 tendo as nossas Bíblias abertas para acompanhar a exposição do texto que, mesmo sem reler, meditaremos nele, naquilo que o texto nos ensina.

A partir do versículo 43 o texto fala das coisas que o Senhor Jesus Cristo realizou entre os discípulos. Depois, mostra-nos que, eles sentiam certa presunção de grandeza em vez de se humilharem diante da demonstração do grande poder de nosso Senhor.

Como servos não deveriam se ensoberbecer, parece óbvio. Mais ou menos assim: Quem serve é um “servo”, e o servo é menor e se diminui diante da grandeza de seu Senhor. Mas, às vezes a gente consegue ver títulos assim como: “o grande servo do Senhor”. Quem já viu um anuncio assim? “Vamos ouvir a pregação do grande servo do Senhor”. Se fosse um servo deveria ser pequeno! Mas, eles estão sendo anunciados de forma a parecer muito maior do que o seu Senhor.

Qual é essa arrogância que o texto sugere? Os discípulos tinham essa presunção de grandeza. Eles tinham uma aspiração de posição e de glória diante dos seus irmãos. Uns com os outros disputavam a respeito de quem seria o maior. Soberba!... Caracterizada por um desejo ambicioso de ser superior.

Jesus então ensina aos seus discípulos, tomando como exemplo uma criança. Pegando o pequenino e colocando do seu lado, e, depois, exaltando esta criança acima de todos eles; (v. 48) disse-lhes: “Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande”.

Naquele momento o Rei dos reis declara a si mesmo servido por àquele que se fizer pequeno e se fizer servo daquela criancinha... Portanto: ‘Quer me servir? “Cuida desta criança.” “Sirva essa criança”. Ele exaltou aquela criança como sendo maior que todos aqueles adultos, homens chamados para uma missão que glorifica a Deus, mas, que, diante dela, eles deveriam ser pequenos. Diante daquele pequenino eles foram colocados menores; menores do que aquele baixinho, aquela criança pequena; o próprio Cristo nos deu o exemplo, fazendo-se ainda menor do que ela. Isto é: Ele mesmo se humilhando.

Nós sabemos que Paulo escreve sobre a humilhação do Filho de Deus quando ele diz que, ele mesmo se humilhou: Filipenses 2.6-8: “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” Como podem os apóstolos sendo seus discípulos serem maiores do que o seu Senhor? Porque no reino de Deus, o maior é quem serve.

O homem está doente da ponta dos pés a cabeça, porque não é o que deseja ser, Ele não deve desejar ser, não deve desejar ter, pois ele não deve incomodar-se em escolher, mas ele deve decidir obedecer e servir. Esse é o evangelho de Jesus Cristo pregado como o Cristo prega, muito incoerente com o tipo de "evangelho" falso que a gente tem ouvido no mundo.

As pessoas geralmente buscam as igrejas para suprir as suas necessidades que, são muitas. Eles vêm à igreja como a uma fonte de suprimento das suas necessidades e não de chamado para o serviço. Não é raro o cristão invejar o mundo e pensar que está em alguma desvantagem com o nome de cristão, porque a partir do momento que, o cristão decidiu-se chamar pelo nome de Cristo e fazer a vontade de Deus, sujeitando suas próprias necessidades, interesses e desejos à vontade de Deus ele se vê humilhado.

O homem pensa que ter uma posição no reino de Deus, muitas vezes, é se exaltar. Então, Cristo vem e diz para ele que ter uma posição no reino de Deus é se humilhar. Quem tem a missão de servir não está em nenhuma desvantagem e não precisa disputar uma posição, mas deve estar ciente de que o ultimo lugar e ser o menor de todos está bom para ele.

Nunca espere louvor ou reconhecimento, uma posição de destaque, contente-se com a graça de Deus e com o privilégio de realizar o seu serviço; aguarde para contemplar a glória de Deus, vislumbre como Cristo, quando Ele ainda haveria de passar por grande humilhação, dores e uma morte cruenta, contemplava a sua glória na ascensão e “manifestou, no seu semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém.” (Lucas 9.51).

Como canta o Salmo 115:1 “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade.” Quem vem a Cristo vem com este sentimento e disposição, venha a cristo, não para receber algo de Deus, mas, para se entregar a Deus. (Transcrição do primeiro tópico do sermão pregado na Igreja Presbiteriana de Dracena no dia 26/04/2015; a primeira parte foi a introdução publicada no domingo 03/01/2015 no semanário n° 196).

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